Por Narcizo Machado
A história às vezes é generosa com quem erra e irônica com quem insiste no erro. E quando o erro deixa de ser um equívoco comum e passa a ser um ato de negacionismo irresponsável, parece que o mundo não gira, capota.
O ex-ministro Osmar Terra foi um personagem importante durante a pandemia. Importância conquistada não por mobilizar a sociedade, mas, segundo as acusações que lhe foram impostas, por gerar conflitos e espalhar desinformação.
Aliado de Jair Bolsonaro, Terra defendeu a tese de que o isolamento social poderia aumentar os casos de contaminação. É acusado de, naquele nada saudoso período, ter trocado a medicina pela militância e a ciência pela ideologia.
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul e filiado ao PL, Osmar Terra reapareceu nesta semana na cena da política nacional após visitar Bolsonaro. E, para sorte do ex-presidente, desta vez ele agiu pela ciência.
Com soluços recorrentes, Bolsonaro pode, na verdade, estar com problemas neurológicos. No vídeo que circulou nas redes, Osmar Terra, que é médico, explica por que aconselhou Bolsonaro e sua equipe a buscar a opinião de um neurologista.
Importante, e nunca é demais reforçar, sorte de Bolsonaro. Se fosse 2020, a sugestão teria vindo com bula de cloroquina, dosagem de ivermectina e, de brinde, um sermão sobre imunidade de rebanho.
Ufa. Desta vez, Terra recomendou o caminho correto, o tratamento técnico, o diagnóstico especializado, o profissional adequado. É o tipo de comportamento que o Brasil teria adorado ver quando a doença era coletiva e não apenas pessoal.
Durante meses, Terra e Bolsonaro formaram a dupla da chamada ciência paralela, promovendo um tratamento que jamais resistiu à própria ciência. Hoje, o mesmo Osmar Terra reaparece com uma indicação sensata, quase científica, e ironicamente dirigida ao único paciente que ainda confia plenamente em suas teorias.
E há algo curioso nisso tudo: quando o problema é individual, a ciência serve. Quando o problema era nacional, valia o achismo.
De todo modo, mais uma vez, sorte de Bolsonaro. Pelo menos desta vez Osmar Terra não receitou a cloroquina. Receitou bom senso.
NOTAS DA SEMANA
Emília e Ricardo
]Após a saída de Ricardo Marques da Secretaria Municipal de Comunicação, a versão dada por ele e por Emília Corrêa é de que não há crise ou rompimento. Contudo, uma fala da esposa de Ricardo Marques, postada no Instagram do vice-prefeito, reascendeu a chama de que o rompimento poderia ser uma consequência.
Emília e Ricardo II
Uma fonte trouxe uma versão diferente e colocamos na coluna Bastidores. A informação é de que a postagem da esposa de Ricardo teria sido para Gleice Queiroz e não para Emília Corrêa. Gleice e Cecília teriam problemas de relacionamento e a agora cotada para assumir a Secom teria criado relação direta com Emília.
Emília e Ricardo III
Entre versões e fatos, o que está por acontecer no momento é a permanência da Secom sob o comando de uma indicação de Ricardo Marques. Nesse caso, a jornalista Gleice Queiroz assumiria. Ricardo está em viagem com a esposa, que está aniversariando. Seu retorno é esperado para este fim de semana, e, já na segunda poderá ser feito o anúncio de Gleice, com a presença de Emília e Ricardo juntos.
Emília e Cecília
Uma fonte ligada a Ricardo Marques trouxe a seguinte observação para a Domingueira: “Uma coisa é a relação política entre Ricardo e Emília. Outra é a relação de Emília com Cecília”. Segundo a fonte, a esposa de Ricardo sempre demonstrou insatisfação com o espaço que seu companheiro ocupa na gestão, e a relação pessoal entre elas teria ficado complicada desde a posse.
Vereadores pressionam
Vereadores da base aliada de Emília partiram pra cima para sugerir a não nomeação de Gleice Queiroz. O motivo? Uma postagem dela nas redes sociais criticando o governador Fábio Mitidieri e a contratação de OS. Vereadores da base que são também da base de Fábio não se veem confortáveis com ataques ao aliado.
Contexto favorável a Gleice
Todo esse processo de pressões internas e externas pode ser favorável a Gleice. A “leoa” que gere a cidade pode decidir por ter uma “leoa” de proteção na sua Comunicação.
Belivaldo encara com naturalidade
O ex-governador Belivaldo Chagas encarou com preocupação, mas, sobretudo, com naturalidade, a notícia de que está acometido de câncer na próstata. Belivaldo optou por fazer cirurgia em São Paulo com um profissional não revelado, que tem larga e extensa experiência. O “Galeguinho”, como é chamado pelos mais próximos, faz inclusive piada com a possibilidade de o procedimento lhe afetar o libido: “Lembrarei que fui bom nisso”. Força e saúde ao ex-governador.
Pré-candidatos no mercado
A manhã deste domingo, 5, foi marcada pela presença de pré-candidatos no mercado do Augusto Franco. André Moura com mesa cheia, cercado de vereadoras da capital, com o comunicador Fábio Henrique e o ex-deputado estadual Capitão Samuel. O ex-senador Eduardo Amorim ficou pouco tempo no restaurante e estava sozinho.
André não viu motivos
Provocado a se posicionar sobre nova fala do senador Alessandro Vieira, de que não vota em André Moura, o pré-candidato ao Senado preferiu o silêncio. A assessoria de Moura disse que ele “não morderá a isca” e viu a fala como “mais do mesmo”, com a diferença de que já fala com mais precisão de que respeitará a decisão do governador Fábio Mitidieri.
Exclusiva de Cauê
Outro aspecto muito importante da entrevista foi a revelação clara de que sua decisão foi pessoal e profissional, sem contexto político. Ele disse que é necessário que as pessoas façam a separação e que esperou sinalização de Edvaldo Nogueira, e esta não ocorreu.
Cauê e as “pontes”
De forma muito objetiva, Cauê enfrentou questionamentos sobre as especulações dos bastidores de que ele poderia ser ponte entre Fábio e Rogério ou até de um rompimento de Edvaldo com Fábio, tornando-se o candidato a governador do PT. Ele negou razão “precípua”, mas disse que se honraria de fazê-lo, caso fosse acionado.
Edvaldo tratou de se mexer
Diante das especulações que tomaram conta do cenário político com a ida de Cauê para Rogério, Edvaldo Nogueira tratou de se mexer e foi à inauguração da Vila da Criança. Lá, ele circulou ao lado do governador Fábio Mitidieri e registrou tudo em sua rede social.
Pacote Anticrime de Alessandro
Repercutiu muito positivamente a iniciativa do senador Alessandro Vieira de apresentar o que ele batizou de “pacote anticrime”. A propositura, já aprovada na CCJ do Senado, prevê endurecimento de penas contra crimes violentos e regras mais rigorosas para as audiências de custódia. Nas redes sociais, houve muitos comentários positivos à iniciativa.
André se solidarizou
O presidente do União Brasil, André Moura, foi estratégico ao fazer postagem de solidariedade ao prefeito de Canhoba, Chrystophe Divino. A publicação fala em “três coisas que chamam mais atenção que o ensaio dos 49 anos”. André lembra que o gestor atacado possui, na ótica dele, ações positivas que merecem efetivamente a atenção da sociedade.
Chapa da esquerda
Um analista influente e ligado a um grupo político importante mandou uma análise de que poderia surgir, no cenário das eleições de 2026, uma chapa puro-sangue da esquerda. Ela seria:
Eliane Aquino – Governadora / PT
Iran Barbosa – Vice / PSOL
Edvaldo Nogueira – Senador / PDT
Rogério Carvalho – Senador / PT
Nesta conjuntura, João Daniel iria à reeleição, tendo como parceiro de chapa para a Câmara Federal o ministro Márcio Macedo.
O que descarta essa chapa?
Para ela ocorrer, seria necessária uma mudança de rota de Edvaldo Nogueira, que tem reiterado apoio à reeleição de Mitidieri. Em política nada é impossível, mas Edvaldo tem feito todos os gestos de que não tomará essa atitude. Ontem mesmo, como frisamos acima, ele esteve com o governador e poderia ter escolhido dar uma sumida após o anúncio de Cauê, caso quisesse criar um clima de instabilidade.
Eliane nega diálogo
Consultada, Eliane Aquino disse que nunca foi consultada sobre essa possibilidade e que não há, do seu conhecimento, nenhuma construção dentro do PT para esse caminho. Eliane foi candidata a deputada federal na eleição de 2022, e até mesmo a disputa de 2026, para qualquer cargo, ainda é incerta.
Talysson recebe Rogério sem Valmir
Chamou atenção nas redes sociais do senador Rogério Carvalho a ida dele ao município do Agreste sergipano, Areia Branca, para encontro com o prefeito Talysson de Valmir e seu agrupamento local. Rogério, ao lado do prefeito, gravou vídeo falando de parceria para políticas públicas. O maior destaque mesmo ficou para a ausência de Valmir de Francisquinho, pai de Talysson, que em 2022 apoiou Rogério no segundo turno das eleições.










