A fala de indignação da Iyálorixá Bruna de Oxum diz respeito ao atentado sofrido no dia 3 de outubro, mas só descoberto na última sexta-feira, 10, quando criminosos invadiram e depredaram o Terreiro Ile Axé Ya Oxum, no bairro Gameleira, na antiga zona de expansão de Aracaju.
Segundo a Mãe de Santo, quando chegou na casa observou tudo revirado, alguns itens quebrados e outros percebeu que foram furtados. “Foram roubados diversos itens, tais como: geladeira, fogão, botijão, máquina de lavar, bomba d’água, máquina de costura industrial.” relaciona.
Ela relata sobre o histórico desses atos e as movimentações que ajudaram a entender o acontecido. “Não há câmeras na casa. Uma vizinha achou a movimentação estranha e tirou fotos, mas não ficaram boas. Estamos lá há mais de 10 anos e nunca sofremos nenhum tipo de ataque.” comenta.
A Iyálorixá entende que foi um caso de racismo religioso, porque foram feitas inscrições na parede que não são conhecidas pelas religiões de matrizes africanas.
Ela expressa sobre a sensação que fica após esse atentado. “O maior sentimento é de medo e impotência. Medo da possibilidade de retorno dessas pessoas, de retaliação, o valor imaterial dos itens sagrados que foram atingidos, mas com fé em Deus e nos Orixás tudo será reconstruido.” disse.
Na ação contra esse atentado foi registrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) e existe um intenção de realizar um ato para pedir apoio na infraestrutura do local, como também pedir justiça e mais segurança.
A Polícia Civil informou que está investigando o caso, encaminhou à Delegacia de Atendimento a Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (Dachri), que é responsável por investigar situações envolvendo práticas de intolerância religiosa, garantiu a responsabilização dos envolvidos e já iniciou os procedimentos de investigação relativos ao caso.
Ainda reforçou seu compromisso com o respeito à liberdade religiosa e à diversidade cultural, e orienta que quaisquer informações que possam contribuir com a investigação sejam repassadas ao Disque-Denúncia, por meio do número 181. O sigilo é garantido.










