André rebate promotor, diz que flanelinha não é profissão e declara: “O problema é comigo”

No Jornal da Fan, da Rádio Fan FM, o secretário de Defesa Social e Cidadania, delegado André David, falou sobre a atuação da Guarda Municipal no combate aos flanelinhas e a denúncias do MPSE referente a uma ação, quando 18 pessoas foram conduzidas à delegacia sob suspeita de extorsão. Ele também respondeu sobre as recentes declarações do Promotor de Justiça, Rogério Ferreira, oportunidade na qual explicou os motivos que justificaram a denúncia.

Inicialmente, o delegado, rebatendo Rogério, disse que ‘flanelinha’ não é profissão e é feita de forma ilegal. “Já houve sim a profissão, mas foi revogada, pode-se estudar, revogada. Não existe a profissão. Tanto é que hoje as Assembleias Legislativas, os vereadores, o Brasil, estão criando legislação para coibir. Coibir. Para criar a profissão não, para coibir. O que eu digo, é uma profissão que é um absurdo, não tem como ter uma profissão”, argumentou.

Quando concedeu entrevista, o promotor Rogério Ferreira aprovou a atuação da Guarda Municipal de Maceió durante ação de combate a flanelinhas, apontando que não houve abuso de autoridade. O caso foi comparado a Aracaju, e levou o delegado André David a alegar que as críticas à guarda da capital sergipana tem cunho pessoal, sobretudo no que diz respeito à midiatização das ações.

“Desculpa, as pessoas tem que ter coragem de dizer, chegar aqui e dizer ‘o problema é com o André Davi’. Uma pessoa com muita inteligência hoje sabe disso. O nosso colega lá de Maceió, ele quebra os cones, ele pisa, quebra tudo, tá? Tem vídeo ele quebrando, chutando, quebrando tudo. Na guarda não tem nada disso. Não estou dizendo que ele está certo ou está errado. O problema é comigo. […] Então quer dizer que a ação é legal? A ação é legal. A partir do momento que eu publicizo vira ilegal? Não existe… Onde é que está no Código Penal? Onde é que está na legislação? Que ação vira ilegal, fica ilegal se o secretário divulgar? Então se todo o secretário pode divulgar, menos eu, né? Então baixa uma regulamentação e diz ‘olha, todo o secretário pode, a prefeita pode, o governador pode. Todo mundo faz, o Estado divulga, mas eu não quero que André Davi divulgue. Não houve abuso, não houve excesso, não houve nada, muito pelo contrário”.

Ainda segundo André, citando o caso de Maceió, o promotor Rogério foi contraditório em seus argumentos. “No caso de Maceió, o secretário fazendo a mídia, o secretários quebrando os cones, imagina se fosse eu, imagina se fosse eu aqui, e ele disse que eu sou midiático. Eu não apareço em vídeo nenhum desses flanelinhas. Zero. Quem aparece é outra guarda. Imagina se fosse eu quebrando o cone? Esse homem ia mandar, ia dizer que era pena de morte pra mim. Ele é meio contraditório. Como é que ele aplaude a ação de Marcelo, cuja o secretário, faz o vídeo, quebra os cones [e ele diz] não, tá correto. Aí a de Aracaju, eu não apareço, quem aparece é a guarda, tá errado. Pelo amor de Deus, é pessoal. E sinceramente não tenho mais saco para isso não, deixa a gente trabalhar”, declara.

Diante da discussão, o secretário de Defesa Social afirmou que a Guarda Municipal deixará de combater os ‘flanelinhas’ e levanta preocupação com eventos da capital, como o Pré-caju, que acontece entre os dias 14 e 16 de novembro.

“Não vamos combater. Qual é o guarda, qual é o policial militar, qual é o policial civil, que vai coibir uma ação? Ação foi só o seguinte, pegar o flanelinha, levar para a delegacia, ação que é corriqueira para qualquer policial militar, abordar indícios de crime. Levou para a delegacia, denunciado. Quem é que vai combater? Isso desestimula. Eu vou forçar, eu vou dizer lá, a gente tá vendo o que ele tem que combater, mas na rua, meu irmão,é ser humano. O Pré-caju vai ser um caos, vai ser um caos, porque vem flanelinha de Recife, flanelinha de Pernambuco, de Bahia, Alagoas e tudo que é lugar”, alertou..

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