A advogada Larissa Bezerra denunciou ao Jornal da Fan, da Rádio Fan FM , abuso de poder e tentativa de intimidação por parte do delegado Marcos Garcia, da 4° Delegacia Metropolitana. O caso aconteceu no dia 7 de janeiro deste ano, mas só agora o caso veio a tona, ainda sem um desfecho.
Na ocasião, a advogada foi até a delegacia com um cliente para resolver uma situação que envolvia discussão de condomínio. Como desdobramento, dois acordos foram propostos mas não avançaram entre as partes. Em sequencia, sem uma intimação, o delegado convocou o cliente de Larissa à delegacia para uma conversa. O fato estranhou ambos, mas eles compareceram no dia 7 de janeiro à 4° DM, local onde o caso aconteceu.
“E aí, nesse dia, eu fui levada a uma sala onde o próprio delegado já entregou um papel escrito para a sua estagiária e disse que era o que deveria ser colocado no termo de declaração do meu cliente. Quando eu vi que estava tendo um contexto estranho, eu sinalizei para a estagiária dizendo que não iríamos fazer nenhuma manifestação naquele momento e que usaríamos o nosso direito do silêncio. E nos manifestaríamos no juízo. Ela saiu da sala, quando ela saiu, ela já voltou com o delegado gritando, ele gritava muito e dizia que eu não ia fazer o que eu queria na delegacia dele, que eu estava me achando muito valente. Eu disse a ele, não, eu não estou me achando valente, eu simplesmente estou usando do meu direito legal e do meu cliente de não falar. E aí, ele passou a gritar, disse que ia me filmar”, relata.
Vídeos encaminhados pela própria advogada à produção do Jornal da Fan mostram ela o delegado em discussão. A todo instante, o delegado questiona porquê a advogada compareceu à delegacia. Em outro momento do vídeo, o delegado fala: “Eu quero ver até onde vocês dois vão”, em tom de ameaça. Na sequência, ele sai da sala e retorna com uma arma da cintura e em seguida põe em cima da mesa.
Para a advogada, esta ação foi uma tentativa de intimida-la: “não só de intimidação, mas de coação, para que a gente fizesse o procedimento que ele insistia que fosse feito”. O procedimento, segundo ela, um acordo entre as partes envolvidas, que até então não havia sido firmado.
Larissa Bezerra levou o caso para a corregedoria, onde passou a ser investigado. O coordenador de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SE), Lucas Rosário, explicou que o procedimento investigativo foi instaurado e o relatório final está na fase de conclusão.
“Ontem conversamos com a delegada Eliara Farias, que é responsável por esse procedimento. O procedimento seguiu todos os trâmites legais, com a oitiva das partes envolvidas, testemunhas indicadas também por ambas as partes, a análise e a cuidadosa das imagens apresentadas também pelo delegado e pela advogada. A fase de instrução, segundo já o que a gente apurou, ela foi concluída e o processo ele está atualmente na fase de elaboração do relatório final para deliberação por parte da corregedoria. Ao que parece se trata de uma situação de mediação de conflitos, então a gente lamenta que justamente no momento de tentar encontrar uma solução de pacificação houve esse bate-boca, essa discussão, então a gente lamenta que isso tenha acontecido entre um policial junto com a advogada no ambiente de uma delegacia”, disse Lucas.