“Ela resistiu, lutou pela vida”. Esse é o relato de Gabrielly dos Santos, filha de Radjan Alves dos Santos, que foi vítima de feminicídio no último sábado, 14, no Conjunto João Alves Filho, em Nossa Senhora do Socorro. O principal suspeito é um homem com quem ela se relacionava há cerca de dois anos.
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar e, durante o interrogatório no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confessou o crime, afirmando ter agido por ciúmes e suspeitas infundadas de traição.
Posteriormente, a prisão foi convertida pela Justiça em preventiva, mas a família da vítima teme que o suspeito seja solto em breve.
Em relato ao Portal Fan F1, Gabrielly contou que recebeu uma visita da mãe e do suspeito em sua residência, na sexta-feira, 13, à noite. Por volta das 22h, o casal teria retornado para casa.
Pouco depois, às 22h20, Radjan teria ligado para a filha, que só viu a ligação posteriormente. Ao tentar retornar, Gabrielly já não conseguiu mais contato com a mãe.
“Eu creio que ela ligou pra pedir ajuda, socorro, mas quando retornei ela não atendeu. Na certa, ele já tinha tomado [o celular] e desligado. Ele esfaqueou ela de noite, dormiu com ela esfaqueada e ela passou a madrugada agonizando. Quando amanheceu, ele foi pro trabalho e ela ainda perguntou assim: ‘você vai me deixar morrer aqui, é?’”, contou ela.
De acordo com o que foi apurado pelo DHPP, depois de praticar o feminicídio, o investigado escondeu o aparelho celular da vítima e a arma do crime, um canivete, e fugiu do local.
Gabrielly relata que estranhou o sumiço da mãe e resolveu ir até a casa dela para verificar o que havia acontecido.
“Eu tive bebê recentemente e toda hora ela perguntava por essa neta. E no outro dia, no sábado, ela ia trabalhar, então, ela ia acordar cedo. Eu estranhei porque minha mãe sumiu, e eu fui lá. Quando eu cheguei lá, ela não atendeu e eu pedi pra vizinha abrir o portão e eu subir. A casa estava cheia de sangue”, descreveu.
Neste momento, Gabrielly encontrou a mãe muito ensanguentada no quarto do casal. A polícia foi acionada, mas a vítima não resistiu aos ferimentos.
“Ela passou a noite agonizando. Ela resistiu, lutou pela vida, mas quando eu cheguei, na verdade, já era tarde demais”, completou Gabrielly.
Ainda segundo a SSP/SE, testemunhas relataram às forças de segurança que o investigado apresentava comportamento possessivo, ciúmes excessivos e episódios anteriores de agressividade. Uma delas contou que chegou a alertar a vítima sobre os riscos do relacionamento.
Diante da gravidade do crime, da tentativa de fuga e da ocultação de provas, o DHPP representou pela prisão preventiva do investigado, medida que foi deferida pelo Poder Judiciário. O homem encontra-se detido à disposição da Justiça.