O estado de Sergipe apresentou uma redução de 26,8% nos homicídios de mulheres ao longo de uma década (2013–2023). No entanto, entre 2022 e 2023, houve um aumento significativo de 13,9% nos casos. Os dados são do Atlas da Violência, divulgado nessa segunda-feira, 12, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Em nível nacional, o levantamento revela que, entre 2013 e 2023, 47.463 mulheres foram assassinadas no Brasil, segundo registros do sistema de saúde. Somente em 2023, foram 3.903 mulheres vítimas de homicídio, o que corresponde a uma taxa de 3,5 mulheres por 100 mil habitantes do sexo feminino.
Com relação ao índice de homicídios contra mulheres por 100 mil habitantes, Sergipe apresentou uma queda expressiva de 34% entre 2013 e 2023. Ainda assim, no recorte mais recente, entre 2022 e 2023, houve um crescimento de 13,8% na taxa. Em números absolutos, os homicídios passaram de 36 em 2022 para 41 em 2023.
Violência contra mulheres negras
Em 2023, no Brasil, 2.662 mulheres negras foram vítimas de homicídio, representando 68,2% do total de assassinatos de mulheres no país.
Em Sergipe, houve uma redução de 22,9% nos homicídios de mulheres negras entre 2013 e 2023. Quando observada a taxa por 100 mil habitantes, o declínio no período foi de 32,2%. Contudo, entre 2022 e 2023, essa taxa teve um aumento de 14,3%, o que acende um alerta sobre a vulnerabilidade desse grupo.
Homicídios em residências
De acordo com os registros do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), em 2023, 35,0% dos homicídios de mulheres ocorreram em residências. Isso significa que, dos 3.903 casos registrados, aproximadamente 1.370 aconteceram nesse local, sendo, portanto, fortemente associados a feminicídios. Esse percentual representa um leve aumento em relação a 2022, quando 34,5% dos casos ocorreram dentro de casa.