“Não está nada definido”, diz Lula sobre a possibilidade de Gleisi Hoffmann assumir ministério

Foto: Agência PT de Notícias

Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, 30, no Palácio do Planalto, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se esquivou de confirmar uma possível reforma ministerial após as eleições que definirão os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Questionado sobre o tema, Lula destacou sua satisfação com a reunião realizada com sua equipe de auxiliares no início deste ano, na Granja do Torto, e evitou antecipar qualquer mudança no primeiro escalão.

Apesar de não afirmar diretamente a realização de uma reforma, o petista teceu elogios à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que, segundo Lula, possui “competência para ser ministra em qualquer país do mundo”. No entanto, ele afirmou não ter conversado com Gleisi sobre a possibilidade de sua entrada no governo. “A Gleisi é um quadro que tem competência para ser ministra em qualquer país do mundo, mas não está nada definido”, afirmou o presidente.

De acordo com interlocutores de Lula, o presidente tem cogitado a possibilidade de nomear Gleisi Hoffmann para a Secretaria-Geral da Presidência, cargo atualmente ocupado por Márcio Macêdo. A entrada de Gleisi no governo seria, segundo essas fontes, uma forma de resolver a questão da sucessão interna no PT e fortalecer a relação com os movimentos sociais, já que a atual pasta tem como principal atribuição a interlocução com a sociedade civil.

A decisão de convidar Gleisi para o governo pode ocorrer antes do término do processo eleitoral da legenda, que será concluído em junho. No entanto, o próprio Lula tem demorado a executar mudanças em sua equipe, como foi o caso da saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social (Secom), que, embora já estivesse definida desde setembro, só foi concretizada no final de dezembro.

Ainda assim, aliados do presidente apontam que as mudanças podem ocorrer mais rapidamente após a eleição das novas Mesas da Câmara e do Senado, marcada para este sábado (3). A possível chegada de Gleisi ao governo também representaria uma alteração na correlação de forças dentro do Palácio do Planalto. Desde a saída de Paulo Pimenta e a chegada de Sidônio Palmeira à Secom, o núcleo próximo de Lula tem se reposicionado, com o fortalecimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

No entanto, a presença de Gleisi poderia afetar o equilíbrio entre os ministros, especialmente no que diz respeito a figuras como Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, e Márcio Macêdo, cujas atuações são em áreas distintas, mas não são próximas.

Aliados de Macêdo, por sua vez, defendem que o desempenho do ministro na organização do G20 social, realizado em novembro do ano passado, e sua futura atuação na COP30, que ocorrerá em novembro deste ano, demonstram a importância de sua permanência no cargo. Considerado um nome de confiança de Lula, Macêdo tem se mostrado comprometido com sua missão no ministério, destacando seu papel na burocracia partidária e nas finanças da campanha presidencial de 2022, que teve sua prestação de contas aprovada por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com informações da Folha de Pernambuco

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