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Venezuela: "Haverá paz e garantiremos a soberania nacional", diz maduro durante posse presidencial

Da redação

10/01/2025


Em um ambiente marcado por protestos e questionamentos internacionais, Nicolás Maduro foi empossado nesta sexta-feira, 10, como presidente da Venezuela para um novo mandato. A cerimônia, realizada na Assembleia Nacional, em Caracas, contou com a presença de aliados do regime, incluindo Jorge Rodríguez, presidente da instituição, e foi vista como o desfecho de um processo eleitoral amplamente contestado.

Durante seu discurso, Maduro prometeu “garantir a paz e a soberania nacional” e reforçou sua posição como líder do país, declarando: “Eu sou o presidente do povo e jamais trairei vocês”. Contudo, as declarações foram insuficientes para acalmar as críticas da oposição e de parte da comunidade internacional.

Eleições sob suspeita

As eleições presidenciais, realizadas em 28 de julho de 2024, foram marcadas por irregularidades e denúncias de manipulação. Desde o início do processo, o governo de Maduro dificultou a participação de adversários, incluindo a exclusão da candidatura de María Corina Machado, considerada a principal líder da oposição.

Com Machado fora da disputa, o opositor Edmundo González Urrutia emergiu como uma alternativa inesperada, conseguindo registrar sua candidatura contra todas as adversidades impostas pelo regime. No entanto, o cenário eleitoral se tornou ainda mais tenso quando, semanas antes do pleito, Maduro cancelou convites para observadores internacionais e impôs restrições à atuação de fiscais da oposição.

Após a votação, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor com pouco mais de 50% dos votos. Em contrapartida, a oposição realizou uma contagem paralela das atas eleitorais e afirmou que González teria vencido com ampla vantagem. Até o momento, o regime não apresentou provas concretas que sustentem os números oficiais.

Repercussão internacional e desafios internos

A posse de Maduro ocorre em um contexto de isolamento internacional crescente. Diversos países e organizações rejeitaram os resultados das eleições, enquanto as ruas venezuelanas registram manifestações contra o governo e a deterioração das condições de vida.

Internamente, Maduro enfrenta desafios crescentes: inflação descontrolada, escassez de alimentos e medicamentos, além de uma população cada vez mais descrente em relação à possibilidade de mudanças no sistema político.

Compromisso ou retórica?

“Vamos garantir a paz e a soberania nacional”, prometeu Maduro, enquanto reforçava sua retórica chavista de resistência contra “interferências estrangeiras”. Contudo, opositores e analistas questionam a legitimidade do compromisso, dado o histórico de repressão e censura do regime.

Com a oposição mobilizada e a insatisfação popular em alta, o futuro da Venezuela permanece incerto. A posse de Nicolás Maduro, longe de ser um marco de estabilidade, simboliza mais um capítulo em uma crise política e social que já dura mais de uma década.

Com informações da BBC Brasil

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