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Sindpese explica por que preço de combustível em Maceió e Recife é mais barato do que em Sergipe

Da redação

25/04/2024


Nesta quinta-feira, 25, o secretário-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Sergipe (Sindpese), Maurício Cotrim, concedeu entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, para falar sobre o reajuste dos combustíveis em Sergipe.

Segundo Maurício, o aumento nos preços se deu devido ao terceiro reajuste consecutivo feito pela refinaria de Mataripe, principal fornecedora do mercado sergipano.

Primeiro a gente precisa entender o cenário internacional, o barril de petróleo, com os conflitos geopolíticos, a situação entre Irã e Israel, por exemplo, acabou impactando. Nós já registramos o maior patamar de 2024 em abril, ultrapassou os 90 dólares, teve a alta do dólar também, isso tudo trouxe um impacto aqui pra gente, porque nós temos a dependência da refinaria que foi privatizada, a refinaria de Mataripe”, disse explicou o secretário.

A refinaria de Mataripe é a segunda maior refinaria do país e a maior supridora de Sergipe no quesito combustível, tanto pela capacidade de produção quanto pela proximidade, uma vez que é mais viável buscar combustível na refinaria de Mataripe do que em uma refinaria em São Paulo ou até mesmo em Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco.

A refinaria de Mataripe fez, só em abril, três reajustes consecutivos para a gasolina. Como o revendedor não pode comprar diretamente da refinaria, só pode comprar da distribuidora, as distribuidoras têm feito esse repasse desde o início de abril. O revendedor, por sua vez, ele acaba fazendo o mero repasse desses aumentos. Ele ainda tenta fazer um esforço, porque o mercado já está muito frio, ele tenta evitar de fazer o repasse, como em qualquer outro negócio que você faz um repasse de aumento e o movimento já está fraco faz é piorar, o efeito é mais colateral. Aí chega em um patamar que ele acaba tendo que repassar”, reforçou Maurício.

Segundo ele, a Petrobras está há mais de noventa dias sem fazer o reajuste no preço do seu combustível, fruto de uma política interna do Governo Federal e que acaba refletindo em mercados Brasil a fora, como é o caso de Sergipe.

Existe uma questão política, que claro beneficia a população, mas que é uma bomba-relógio. Já existe uma pressão para que a Petrobras faça os seus reajustes, porque a defasagem de preço do mercado internacional em relação à prática da Petrobras já está em mais de 16%, a gente está falando em mais de R$ 0,40 de defasagem em relação ao preço das refinarias privatizadas”, ressaltou o representante do Sindpese.

E continuou: “A dificuldade que nós temos hoje é justamente porque a Acelen faz reajustes semanais. As distribuidoras têm bases primárias que ficam próximo à refinaria de Mataripe e elas recebem esse combustível por duto. Por exemplo, quando a Acelen anuncia um aumento, à meia-noite, quando vai fazer o bombeio daquele dia, já é produto mais caro. Então, a distribuidora tem que fazer o repasse já de imediato para o revendedor. Esse é um efeito cascata e o impacto é inevitável. Quando você pega Maceió, Recife, onde os preços estão menores, elas estão próximos ali da refinaria de Abreu e Lima, que é uma refinaria da Petrobras e não está fazendo os reajustes. Então, as distribuidoras nesses estados compram combustível mais barato, por sua vez conseguem ter um preço mais competitivo. No caso de Sergipe, como nós temos a dependência da refinaria privatizada, que faz os reajustes semanais acompanhando as oscilações do barril de petróleo e o câmbio do dólar, o nosso impacto aqui é outro”.

Por fim, Maurício foi questionado sobre o motivo pelo qual o preço da gasolina em Sergipe tende a ser mais cara do que a gasolina em Salvador, já que ambas as praças são abastecidas pela refinaria de Mataripe. Ele respondeu: “Porque tem o custo de frete, para a distribuidora buscar a gasolina na refinaria de Mataripe para a base aqui de Sergipe tem o custo do frete, isso impacta também, por isso o nosso aqui tende a ser mais caro do que os combustíveis na Bahia, mas existe a questão de mercado também, cada mercado tem uma característica e não dá para generalizar, tem que avaliar caso a caso”, finalizou Maurício Cotrim.

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