Bastidores
Por Narcizo Machado
O município de Canindé do São Francisco foi o que mais sofreu intervenções judiciais na história recente de Sergipe, quiçá, dos nossos 200 anos de emancipação.
São três episódios de interrupção da normalidade administrativa com afastamento dos gestores de plantão: 1995, 2001 e 2020.
Agora, em 2023, nova crise marca a cidade banhada pelo São Francisco, onde ficam localizados cânions, ponto turístico que atrai visitantes de todo Brasil.
Primeiro, foram denúncias feitas pelo Ministério Público, que ameaçou pedido da quarta intenção. Na sequência, uma ameaça de pedido de impeachment, naufragada por um pedido de afastamento do prefeito Weldo Mariano, do PT, por 180 dias.
Parecia que um acordão político havia sido celebrado entre o prefeito e seu vice, Pank, que assumiria pelo prazo do afastamento e na sequência em definitivo, pois comentava-se que o prefeito pediria renúncia ao fim dos 180 dias.
Surgiram, então, áudios de vereadores extorquindo Weldo para dar a ele tranquilidade administrativa e base política na Câmara. Em um de seus últimos atos a frente interinamente da Prefeitura, Pank fez denúncia de desvios que supostamente superariam os R$ 80 milhões.
Nesta terça-feira, 25, um novo episódio movimentou a rotina de confusões dos canindeesnses. Weldo, dizem que ladeado de seguranças, pegou a todos de ‘surpresa’, protocolou pedido de retorno, reassumiu e exonerou a equipe montada por Pank, que contava até com membros de seu partido, o PT. Dizem, nos bastidores, que a indicação partiu de acordo com o deputado federal João Daniel.
Justiça e Ministério Público estão sendo provocados, o clima é de tensão.
Neste novo fato, comenta-se agora que Weldo formalizou aliança com a família Andrade, que já administrou o município, e todos sabem, possui grande influência em Sergipe.
Normalidade administrativa à vista? Quem quiser que arrisque o palpite.