É tempo de festejos juninos e, além do forró e do chapéu de palha, não pode faltar a fogueira queimando e as tão aguardadas comidas típicas de São João. Pensando nisso, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, foi até a Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa) para consultar os preços e expectativas de venda neste ano.
Comercializando fogueiras dos mais diversos modelos, Valter Fontes sai do município de Itaporanga d’Ajuda há mais de 20 anos para vender seus produtos em Aracaju. Ele afirma que já faz alguns anos que a produção e venda das tradicionais fogueiras apresentam queda constante.
“São mais de 20 anos vendendo fogueiras. Infelizmente, a produção de fogueiras vem caindo muito ultimamente, mas não é por isso que vamos deixar morrer a tradição do São João”, afirma.
Valter reforça ainda a importância de comercializar produtos autorizados pelos órgãos de fiscalização, e apresenta os preços das fogueiras para este ano.
“Não adianta eu chegar aqui com um material que vai criar problema, ser apreendido. Tudo tem que estar em concordância com o Ibama. Quanto aos preços, a única madeira que aumentou o valor foi o eucalipto. Ano passado eu vendia por 90 reais, este ano o valor mais do que dobrou e agora custa 200 reais. Os preços das fogueiras tradicionais variam muito, tem fogueiras aqui custando de 35 a 60 reais. Já as fogueiras de madeira mais grossa ficam entre 60 e 100 reais”.
Já para Cristiana Vieira, vendedora de amendoim há mais de 35 anos, a expectativa é de que as vendas cresçam este ano.
“Vendo amendoim há mais de 35 anos e a expectativa é de que a gente consiga vender muito este ano, já que o preço está muito bom. A meia lata está saindo por 2 reais e o latão por 5 reais, mas temos outras medidas que saem por preços variados, entre 20 e 50 reais, para atender todos os clientes e necessidades”, disse a vendedora.
Ela revela ainda o segredo para conquistar a clientela e manter as vendas em alta. “Comercializo amendoim de Itabaiana, cozinhado no leite e na manteiga. Os clientes gostam muito dele, fica mais saboroso, todos que compram e provam falam isso”.
Para Wilson Nunes, presidente da Associação dos Comerciantes da Central de Abastecimentos de Sergipe, a tendência é de crescimento constante no movimento da Ceasa, alegando que um dos grandes motivos para isso, é a redução no preço do milho.
“Desde o final do mês de maio que a gente observa um crescimento nas vendas aqui na Ceasa. Este ano, todo milho que está aqui vem de Sergipe e isso proporcionou uma redução de 50% no preço em comparação com o ano passado. Em 2022, o preço da mão de milho, com 50 espigas, girava em torno de 40 reais, já este ano, está custando 20 reais. Tudo isso fomenta o emprego e a economia aqui no estado, levando também comida de qualidade para a mesa do sergipano”.
O presidente destaca ainda o crescimento no valor da laranja, um dos alimentos que está na contramão da tendência de redução, quando comparado a outros produtos.
“O vilão deste ano é a laranja, que está com um preço acima do normal. Em outros anos 100 laranjas costumavam sair por 20/25 reais, já hoje, encontram-se a partir de 35 reais”, finaliza.