Na manhã desta quarta-feira, 7, o Jornal da Fan repercutiu o caso da ex-assessora da deputada estadual Linda Brasil (PSOL), Brunna Nunes, que escreveu uma carta na qual acusa a deputada de, supostamente, ser conivente com a prática de assédio moral no ambiente de trabalho.

O caso gerou grande repercussão nos noticiários locais e nos corredores da política sergipana. Na carta divulgada, a ex-assessora afirma que a deputada sabia do caso. Brunna ainda ressaltou que voltar para prostituição é algo que a assusta, mas, para ela, “é melhor do que seguir sendo humilhada, construindo a imagem de uma pessoa que defende uma coisa para o público, mas, na sala fechada do seu gabinete, pratica humilhações em seus assessores”.

Ao Jornal da Fan, Brunna Nunes contou que trabalha com Linda Brasil desde que ela era vereadores, a acompanhando por toda a trajetória política que conduziu a parlamentar até a Assembleia Legislativa de Sergipe.

Nunes contou que, primeiramente, a carta foi publicada internamente e que ela sentiu a necessidade de escrevê-la, assim como de compartilhá-la posteriormente, de forma aberta, porque as pessoas questionavam a saída dela dos quadros de assessores do mandato de Linda.

“Fiz essa carta porque estava sem aguentar mais algumas posturas dentro do trabalho. Diferente do que as pessoas estão pensando, o intuito não era destruir Linda ou coisa do tipo. O intuito era que ela tivesse consciência das coisas que ela estava fazendo e como isso estava não só me afetando, mas a todo o ambiente de trabalho. Escrevi essa carta porque me senti constrangida, quando a própria Linda disse que eu deveria estar feliz, mesmo que eu ganhasse R$ 1 a mais, sendo que eu nunca questionei salário. Na verdade, ela se incomodou com a conversa de outros assessores, que questionaram a discrepância salarial entre algumas pessoas e outras, mas eu não tinha nada a ver com isso”, disse a ex-assessora.

Brunna Nunes disse  que passou a ser constrangida, depois de ter tido acesso à lista de transparência da Câmara dos Vereadores e compartilhá-la entre outros assessores. “Não consigo entender o problema em ter levado a lista de transparência, sendo que a gente sempre questionou que as coisas têm que ser públicas. Quando levei a lista, foi por causa da carga horária, porque ela fazia cobranças,mas a gente trabalhava mais do que seis horas por dia. Tínhamos que fazer 30 horas semanais, só que a gente fazia mais, só que Linda fez uma fala, que a gente só fazia  sete horas por dia e ainda ficava devendo cinco horas no final de semana, para mim foi brecha para ela usar isso para enganar os assessores, sendo que a gente trabalhava mais de sete horas por dia, aí começou o problema por isso, ma eu levei a lista só para contestar aquela fala dela, de que a gente focava devendo ionco horas no final de semana”, disse.

A ex-assessora, diz que se desligou do gabinete de Linda Brasil, porque após a publicação da carta, lhe foi prometido que as coisas seriam diferentes, mas Brunna alega que os problemas persistiram e que devido a essa situação, teve que procurar acompanhamento psicológico e está fazendo uso de medicação.

A Assessora diz que, para ela, Linda se posiciona de uma forma para público, mas , internamente, tem uma postura contrária. “A partir do momento que você defende os direitos trabalhistas, o combate ao racismo, a exploração, e dentro do ambiente de trabalho você não tem o controle você não temaquele tato diálogo, não sabe controlar a jornada de trabalho das pessoas, tá sempre falando em resultado, produzir, entregar, e que, na maioria das vezes é só publicações, é só publicações, gente, faz uma fala, mas no final das contas  está só lacrando. Tem uma assessoria pro trás, construindo tudo,dando apoio para a construção de projetos, mas não valorizam essas pessoas que estão ali por de trás, fazendo o negócio acontecer Ela tem uma equipe e essa equipe tem que ser valorizada, tem que ter respeito”, disse Brunna.

Ela ainda relatou ter sido vítima de importunação sexual por parte de um homem, que é ex-marido de uma funcionária do gabinete de Linda Brasil. Ela alega que mesmo sabendo do caso de importunação, a vereadora o contratou como assessor e que posteriormente esse mesmo homem a achincalhou e expôs publicamente, através de um perfil falso, enviando fotos íntimas de Brunna, do antigo trabalho dela. Ela diz que chegou a fazer uma denúncia sobre o caso e que esse homem foi intimado por este crime, pois as investigações provaram o envolvimento dele. Ela disse que não pode revelar o nome do assessor porque o caso segue em segredo de Justiça,mas que o assessor foi exonerado após ter sido intimado.

Em resposta às denúncias feitas por Brunna, Linda Brasil disse que só tinha a lamentar pelo ocorrido. “Eu e toda nossa assessoria ainda estamos tentando entender como se deu esse processo. Ela que pediu exoneração na última semana. Depois passou a fazer ameaças nas redes sociais, dizendo que Sergipe iria parar e depois a gente ficou sabendo que ela mesma distribuiu essa carta para a imprensa. Se prestar atenção, essa carta é um release, como se um jornalista que fez e está enviando, provavelmente, com essa intenção mesmo. A Brunna está sendo usada por outras pessoas” disse a deputada.

A parlamentar ainda alega que nunca foi previamente acordado com a equipe, nada relacionado a uma carga horária específica. Ela disse que há um fluxo intenso de trabalho, com mutitas atividades externas. Sobre o caso de assédio sexual, Linda disse que exonerou o essediador assim que tomou conhecimento do caso e que não pode falar mais a respeito, por se tratar de um caso que segue em segredo de Justiça.

Confira na íntegra as entrevistas da ex-assessora, Brunna Nunes e da deputada estadual, Linda Brasil, nos vídeos dispostos na matéria, ou no canal do Jornal da Fan, no You Tube.