Perseguição é a palavra utilizada em nota lançada pela Clínica Santa Sophia, localizada em Aracaju, para descrever a relação com o Ipesaúde. De acordo com a instituição, o convênio entre as entidades para o atendimento de beneficiários existe há quase 40 anos, e atualmente, cerca de 10 mil pacientes são atendidos por mês apenas através do plano.

Na metade do mês passado, no entanto, o Ipesaúde teria notificado a clínica sobre o encerramento do contrato, de acordo com relatos, sem esclarecimentos, mesmo com exames e consultas já agendados até julho deste ano.

“Entre as clínicas, a Santa Sophia é o prestador de serviço mais relevante do Ipes, e a gente sempre teve uma relação maravilhosa com os pacientes, a clínica cresceu por conta da escolha deles, e a gente nunca teve nenhuma reclamação. O Ipes notificou a clínica no dia 19 de maio, sem uma explicação concreta, uma motivação real, dizendo que estava rescindindo o contrato, alegando que estava passando por uma reestruturação administrativa financeira, do jeito mais genérico que isso possa soar”, relatou o advogado que representa a clínica.

Na nota pública lançada, a clínica afirma que a gestão do Ipesaúde tem privilegiado algumas clínicas e prestadores de serviços com novos credenciamentos, além de impedir que novas clínicas e profissionais possam se cadastrar para prestar serviço aos usuários do plano.

“No mês de maio, a Santa Sophia foi retirada e se fechou a possibilidade de qualquer outra clínica se credenciar. Nó entanto, nessa forma de inscrição, que a gente chama de chamamento público, pela lei não é permitido que o gestor público impeça novas clínicas de se credenciarem, não faz diferença pro Ipes. Ele não gasta mais ou menos tendo 100 médicos ou 1000 credenciados. A clínica não cria pacientes, eles que solicitam os exames ou consultas”, completou o advogado.

A principal requisição da instituição é de transparência no processo de escolha das unidades prestadoras de serviço com planos do Ipesaúde, além do retorno dos credenciamentos. Segundo a Clínica Santa Sophia, a mesma situação já havia sido registrada em 2016, quando a gestão à frente do Ipesaúde naquele ano decidiu rescindir o contrato.

“À época, a Justiça entendeu que a rescisão era ilegal e o Ministério Público atuou para que a Autarquia fizesse um acordo a fim de cessar as ilegalidades”, expressa a nota lançada.

Segundo a clínica, a situação de interrupção do contrato vai causar grande prejuízo para os usuários e abalar os profissionais que ficarão desempregados com a medida.

“Para prestar serviços são muitos empregados dedicados ao Ipes. São 40 famílias que vão ficar desempregadas e já receberam aviso prévio, pois sem os pacientes do Ipes naturalmente não tem sentido manter o contrato com a clínica, fora as outras clínicas que a gestão fez a mesma coisa. Enquanto isso, os pacientes estão sendo direcionados para aqueles que pelo entendimento mereciam receber, para as clínicas que ele credenciou e manteve protegidas dentro do Ipes”, finalizou o advogado.

O Portal Fan F1 entrou em contato com o Ipesaúde para solicitar esclarecimentos sobre a situação, mas não obteve resposta até o momento desta publicação. O espaço continua aberto.