Na manhã desta terça-feira, 04, o Jornal da Fan entrevistou a vereadora Emília Correia (Patriota), que falou para os ouvintes da Rádio Fan FM sobre os desdobramentos da recente polêmica que envolveu a parlamentar e o vereador Professor Bittencourt (PDT).

A vereadora contou o que a motivou a procurar pela Polícia Civil e formalizar uma denúncia contra o colega parlamentar, o vereador Professor Bittencourt, por injúria e difamação. A denúncia se refere a uma fala do vereador, que causou constrangimentos à Emília por ter conotação misógina e sexual. O episódio foi classificado por ela como um ato de violência política de gênero, e ocorreu no dia 31 de maio, durante uma sessão oficial da Câmara Municipal de Aracaju, ocasião em que ele fez a citada declaração.

“Emília, que está me olhando efusivamente. Ela gosta muito de olhar para mim. Eu sei que sou irresistível. Isso não me intimida. Fernanda [a esposa] talvez fique preocupada com esse olhar”, disse o vereador.

“Como a gente colocou nas nossas redes sociais, era necessário fazer. Somos pessoas públicas e todos os nossos atos públicos devem ser conhecidos pela sociedade aracajuana e sergipana. Foi necessário, também, levar adiante porque eu sou uma mulher que, o tempo inteiro, nas minhas funções, tive ensinando os direitos, principalmente para as mulheres, as encorajando para que denunciem qualquer tipo de violência. Quando acontece comigo, uma parlamentar, uma violência política de gênero, ali na Câmara, se eu não faço, fica como se eu estivesse apenas “jogando para a galera”, na expressão bem popular, e não estivesse efetivando isso como medida exemplar, pois quando a gente está ali, a gente está representando o povo, representando mulheres que nos levou àquela casa. Prestei esse boletim de ocorrência, então, no sentido de ser apurado e de repercutir freios para outros parlamentares e outros homens. Tem todo um sentido de ser, mas foi também por causa daquela ofensa recebida através daquela fala e daquele tom. Independente da função que se exerça e do estado civil, as mulheres devem, sim, ser respeitadas onde quer que estejam. Foi, com certeza, uma forma de diminuir a mulher. Se eu fosse homem, eu teria ouvido aquele tipo de fala, naquele tom? Certamente não teria”, justificou a vereadora.

Emília Correia também aproveitou para falar sobre 2024, ano em que acontecerão as eleições municipais, o que tem feito com que os personagens políticos de Sergipe já estejam se articulando e efervescendo os bastidores políticos do estado.

“A gente sabe que as conversas existem muitas, outras que são ditas e publicadas que não são reais, mas, enfim, o que tem mais me agradado é o que as pessoas têm dito, é o que o povo tem falado quando sai nas ruas, na minha rede social e no meu privado. É claro que, para que se tenha um jogo de futebol, é necessário que se tenha treinos e conversas para poder ser fortalecido um time. Não tem nada definido, mas tem uma grade possibilidade. Tem tido um ajuntamento significativo nesse sentido. Acho que há uma probabilidade muito forte de uma disputa, mas isso não tem definição. O Patriota fez uma fusão nacionalista, de cima para baixo, com o PTB, então será outro partido. Essa fusão já está praticamente concluída, mas não foi homologada, ainda. Estou em contato diretamente com a Nacional, a gente tem conversado. Assim que tiver qualquer coisa concreta eu vou passar tudo para vocês”, disse Emília Correia.

A vereadora falou sobre a aliança com Valmir de Francisquinho e revelou que tem havido conversas dela com o agrupamento do ex-prefeito de Itabaiana. “Eu sempre digo que nunca aconteceu nenhum tipo de problema ou animosidade. O que aconteceu ali foram posicionamentos diferentes e jamais eu teria um posicionamento diferente daquele que tive, respeitando o posicionamento do Valmir naquela época. Não existe nenhum complicador. Já tivemos algumas conversas e a qualquer tempo podemos ter outras. Não foi direto com Valmir, mas com pessoas que estão em torno. Eu tenho ouvido, vou continuar ouvindo e vamos conversando. Vamos ver o que vai acontecer. Se for da vontade de Deus e do povo, vai acontecer” disse a vereadora.