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Operação desarticula grupo investigado por lavagem de dinheiro com prejuízo de R$ 1,2 milhão a bancos

Da redação

22/01/2025


Foi deflagrada nesta quarta-feira, 22, uma operação contra integrantes de um grupo criminoso investigado por lavagem de dinheiro obtido em empréstimos bancários direcionados a empresas nas cidades de Estância, Itabaiana e Aracaju. O prejuízo às instituições financeiras é superior a R$ 1,2 milhão.

Segundo a Polícia Civil, a ação visa o cumprimento de dois mandados de prisão e de 10 decisões judiciais de busca e apreensão contra integrantes do grupo. Há também decisão judicial de busca sendo cumprida em Maceió (AL), onde funciona um dos escritórios do grupo criminoso. 

Com os valores, o grupo fazia a lavagem de dinheiro por meio da venda de celulares e de joias de ouro e da disponibilização de empréstimos em cartões de crédito. Em um único dia, de acordo com a polícia, o grupo chegou a movimentar R$ 120 mil. 

Além de lavagem de dinheiro, o grupo é investigado por estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa. 

Conforme a Polícia Civil, um dos investigados na operação costumava publicar conteúdos em redes sociais mostrando carros, caminhonete, jet ski e quadriciclo. É também alvo da operação um escritório de contabilidade responsável por criar empresas destinadas à prática do golpe e também por transferir a titularidade para laranjas.

Segundo o delegado Renato Tavares, as investigações tiveram início em torno de apurações sobre práticas de receptação e lavagem de dinheiro. 

“Com o aprofundamento da investigação, descobrimos um núcleo em Aracaju que fazia esses empréstimos”, contextualizou o delegado.

Após contraírem os empréstimos e receberem os valores, os integrantes do grupo criminoso passavam as empresas para nomes de laranjas e davam baixa nas empresas. 

“Quando as instituições financeiras iam fazer as cobranças não encontravam as pessoas responsáveis pelas empresas que contrataram os empréstimos”, complementou.

Com os valores, os integrantes do grupo criminoso compravam celulares, joias de ouro e relógios para a revenda. A investigação identificou ainda um suspeito em Estância responsável por uma loja de celulares. “A empresa não tinha alvará de funcionamento junto à prefeitura e não emitia nota fiscal”, revelou o delegado.

Além disso, o grupo criminoso teria criado empresas de venda de cursos para concursos. Mesmo com atividades de venda de celulares e de cursos para concurso a fim de lavar o dinheiro obtido nos empréstimos, o grupo criminoso ainda passou a atuar com empréstimos no cartão de crédito. 

“Assim, o dinheiro pego com os bancos ia para terceiros que pagavam para para o grupo pela maquineta”, explicou Renato Tavares.

As empresas criadas pelo grupo criminoso também possuíam dívidas com a Secretaria da Fazenda, já que vendiam aparelhos sem notas fiscais. 

Para o assessor jurídico do Procon/SE, Arthur Santana, a ação conjunta também verificou casos de irregularidades e abusividade ao direito do consumidor. “O papel do Procon foi a averiguação da existência de licença de funcionamento, assim como também sobre a existência de notas fiscais de entrada e saída e se havia selos da Anatel, Além disso, verificamos se havia produtos roubados ou falsificados. O nosso intuito é trazer segurança para o consumidor”, evidenciou.

A operação foi nomeada de Fênix Fraudulenta devido às ações do grupo criminoso, que fundava empresas com o objetivo de obter empréstimos bancários. Depois de conseguir os valores, os membros do grupo alteravam a titularidade das empresas e transferiam o dinheiro para outros destinos, realizando a lavagem dos recursos. Dessa forma, as empresas “renasciam” e os golpes continuavam a ser aplicados.   

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