Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) anunciou nessa última terça-feira, 7, o envio de ofícios para diversas prefeituras e instituições que estão em débito com os médicos. Entre os municípios a serem notificados estão Canindé de São Francisco, Carmópolis, Lagarto e Graccho Cardoso, que acumulam meses de atraso nos pagamentos de salários dos profissionais da saúde.

Segundo a entidade, ofícios também foram enviados ao Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde) e ao Hospital Renascença, com o objetivo de garantir o cumprimento dos direitos trabalhistas dos médicos e assegurar condições dignas de trabalho. 

De acordo com o Sindimed, o Ipesaúde deve honorários e salários atrasados aos médicos, enquanto o Hospital Renascença enfrenta atrasos que chegam a quatro meses referentes ao ano de 2024.

O presidente do Sindimed, Dr. Helton Monteiro, afirma que a situação é inadmissível e coloca em risco a prestação de serviços de saúde à população. 

“Os médicos são pilares do sistema de saúde, e o atraso nos pagamentos desrespeita não apenas os profissionais, mas também a população que depende dos serviços médicos. Estamos cobrando providências urgentes para regularizar essa situação”, afirmou.

Com o envio dos ofícios, a expectativa é que as prefeituras e instituições respondam prontamente às notificações e apresentem um plano para regularizar os pagamentos em atraso.

Procurado pelo Portal Fan F1, o Ipesaúde esclareceu que enquanto a folha de pagamento dos servidores está em dia, inclusive a dos médicos efetivos, os pagamentos aos médicos prestadores de serviços (PJ) estão com um atraso médio de dois meses.

“A gestão do instituto tem trabalhado ativamente para corrigir essa situação, com o objetivo de retomar a pontualidade nos pagamentos e fortalecer a confiança dos profissionais de saúde”, foi informado em nota. 

Segundo o instituto, foram implantadas uma série de medidas para equilibrar as contas e garantir maior eficiência no uso dos recursos públicos, beneficiando tanto os médicos quanto os beneficiários do instituto. 

Já a Prefeitura de Graccho Cardoso disse que ainda não foi notificada da situação, o que impossibilita  realizar qualquer manifestação.

“Cumpre destacar que a gestão atual está encontrando sérias dificuldades com relação a parte documental do município, uma vez que os arquivos físicos foram extraviados e os digitais, apagados dos computadores”, disse a prefeitura. 

Em nota, a Prefeitura de Lagarto informou que o prefeito Sérgio Reis reuniu-se com o presidente do Banco do Estado de Sergipe (Banese), Marco Antônio Queiroz, na manhã dessa última terça-feira, 7, para buscar uma solução para a questão.

“Ficou decidido a abertura de uma linha de crédito para reposição dos salários do mês de dezembro de 2024, de todos os servidores, deixados pela gestão da ex-prefeita Hilda Ribeiro. Para tanto, um Projeto de Lei (PL) que autoriza a transação será enviado à Câmara Municipal de Lagarto para apreciação dos vereadores. Vale ressaltar que a remuneração referente ao mês trabalhado de janeiro será quitada com os recursos arrecadados em 2025”, foi comunicado.

A nota de esclarecimento enviada pela Prefeitura de Canindé de São Francisco expõe que, até o momento, a atual gestão não foi oficialmente notificada pelo Sindimed sobre a questão.

“Ressaltamos, entretanto, que os atrasos mencionados são provenientes da administração anterior. Desde o início do mandato, estamos empenhados em diagnosticar e solucionar as pendências herdadas, especialmente as que impactam diretamente o funcionamento dos serviços de saúde e a dignidade dos profissionais”, foi informado.

A Prefeitura de Carmópolis esclareceu que a Secretaria da Saúde também não foi notificada sobre o envio dos ofícios. Em relação aos médicos efetivos e contratados do município, foi informado que os pagamentos estão em dias.