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Brasil registra três mortes ao dia de crianças e jovens por afogamento, alerta pesquisa
Da Redação
26/07/2024
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgada na última quinta-feira, 25, indica que, em média, três crianças e adolescentes perdem a vida por afogamento, diariamente, no Brasil. O levantamento analisou os registros de óbitos ocorridos entre os anos de 2021 e 2022, quando houve mais de 2,5 mil vítimas desse tipo de acidente.
As crianças de um a quatro anos de idade foram as principais vítimas, com 943 mortes, seguidas de adolescentes de 15 a 19 anos (860 óbitos). O estudo incluiu as faixas etárias de 10 a 14 anos (com 357 óbitos); de cinco a nove anos (291); e os menores de um ano (58).
De acordo com a pediatra e presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP, esse tipo de acidente é completamente evitável.
“Falta cuidado, falta proteção. Falta os pais saberem que criança precisa de supervisão do mundo adulto e de um ambiente protegido, porque tem coisas que você evita adaptando esse ambiente à atividade de uma criança”, avalia Luci Pfeiffer. As mortes são resultado também da imprudência de pais e de filhos, acrescentou a pediatra.
O estado que mostra o maior número de registros de mortes no período analisado é São Paulo (296), devido, em grande parte, à população maior, seguido da Bahia (225), Pará (204), Minas Gerais (182), Amazonas e Paraná (131, cada). Os acidentes fatais envolvendo crianças e jovens do sexo masculino corresponderam a 76% dos registros nos anos pesquisados, enquanto as meninas somaram 24%. Muitas crianças que não chegam a se afogar apresentam graves sequelas.
O que se deve fazer para prevenir afogamentos?
No site da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) são listadas algumas recomendações do que se deve ou não fazer para manter um ambiente seguro para as crianças e adolescentes.
- Mantenha ambientes seguros, com baldes, bacias, tanques fora do alcance de crianças menores de 5 anos;
- Mantenha tampas de vasos sanitários sempre abaixadas, de preferência com travas específicas;
- Ensine seu filho a não fazer brincadeiras arriscadas na água como “dar caldo”, não fingir afogamento e não nadar sozinho;
- Instale barreiras que controle o acesso a reservatórios, como cercas em torno dos 4 lados da piscina (com 1,5 m altura e até 12 cm de distância entre as grades e que não possa ser escalada) com portão com tranca que impeça o acesso não autorizado;
- Prefira escolas e creches sem piscinas ou lagos para crianças menores de 6 anos;
- Ensine crianças de 4 anos ou mais a nadar e a tomar condutas seguras na água. Escolha escolas de natação com professores qualificados;
- Aprenda e treine as pessoas responsáveis por cuidar da criança (professoras, babás, etc) a nadar, a resgatar de forma segura em caso de afogamento e a realizar manobras de reanimação se necessário;
- Ensine as crianças e adolescentes a respeitarem as placas de proibição de praias e piscinas, e sempre seguir as orientações do salva-vidas;
- No mar, fique longe de correntes. Saiba identificar as temidas correntes de retorno: água marrom (ocasionada pela agitação de areia); água mais escura, pois nesse local está mais fundo; lugares no mar onde as ondas são menos frequentes; locais onde existe o encontro de duas ondas, onde as ondas quebram menos, onde tem menos espuma etc.;
- No caso de ser pego por uma corrente, mantenha a calma. Erga as mãos para chamar a atenção do salva-vidas. Tente nadar paralelamente à praia ou flutue e deixe a corrente te levar enquanto chama a atenção do salva-vidas.
*Com informações da Agência Brasil