A influenciadora digital e humorista Marianne Silva, de 31 anos, conhecida na internet como “Diva do Cras” e “Blogueira pobre”, voltou a viralizar nas redes sociais nesta semana após publicar um vídeo em tom de brincadeira afirmando que teria sido excluída do Programa Bolsa Família por comprar um carro e um iphone novo.
Num vídeo, publicado em suas redes, Marianne aparece ironizando a situação de quem supostamente teria perdido o benefício por “subir de vida”. “Me denunciaram porque eu comprei um carro e um iPhone 17”, diz ela, rindo. Em seguida, continua a encenação afirmando que teria usado o valor do benefício para ajudar a pagar uma das parcelas do veículo. “Tô triste, com o coração na mão. Como é que eu vou pagar o Jeep sem o meu Bolsa Família?”, brinca.
Segundo a influenciadora, a encenação mostra uma situação fictícia, mas o tom realista acabou confundindo parte do público e gerando discussões sobre os critérios do programa. No vídeo, Marianne ainda diz, de forma satírica, que teria sido chamada para prestar esclarecimentos e decidiu “assinar o desligamento” do programa para evitar problemas. “Antes que aconteça o pior, eu vou assinar numa boa. Eles conversaram comigo e pediram pra eu sair imediatamente do Cadastro Único”, afirmou.
Em entrevista ao Portal Fan F1, Marianne explicou que tudo não passou de uma piada.
“Foi uma brincadeira. Eu não comprei carro com dinheiro do Cras, né? Todo mundo sabe que não dá pra comprar um carro de mais de cem mil com o Bolsa Família. Eu comprei com o que ganho nas plataformas, trabalho com Kawaii, TikTok”, disse.
A criadora de conteúdo, que mora no Loteamento Lauro Rocha, no município de São Cristóvão, ficou conhecida por produzir vídeos humorísticos sobre a vida de pessoas de baixa renda e beneficiários de programas sociais. Ela publica conteúdos desde 2022 e já havia viralizado anteriormente com vídeos de tom semelhante, como o das “camisinhas” em uma Unidade Básica de Saúde, que também repercutiu nas redes.
Histórico no Bolsa Família
De acordo com levantamento feito pelo Portal Fan F1 no Portal da Transparência, Marianne Silva recebeu o benefício entre 2013 e 2021, tendo recebido a última parcela, de R$ 212, em outubro de 2021, durante a pandemia de covid-19. Atualmente, ela não consta mais no Cadastro Único, o que confirma que não é beneficiária do programa.
O que diz a Prefeitura de São Cristóvão
Em nota, a Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), informou que a fiscalização do Programa Bolsa Família é um processo contínuo, voltado à verificação da renda familiar e ao cumprimento das condicionalidades de saúde e educação.
O órgão destacou que as informações declaradas pelos usuários são autodeclaratórias, mas que isso não autoriza o fornecimento de informações falsas. Nos últimos meses, o Governo Federal tem intensificado o chamado “pente-fino” nos cadastros, realizando cruzamentos de dados entre o Cadastro Único (CadÚnico) e o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) para identificar irregularidades.
Ainda segundo a Semas, o principal critério para permanência no programa é a renda mensal per capita de até R$ 218. Famílias que ultrapassam esse valor podem ser incluídas na regra de proteção ou desligadas do benefício, conforme as diretrizes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
A Prefeitura ressaltou que o trabalho das equipes dos CRAS e da central do CadÚnico é técnico e permanente, incluindo visitas domiciliares e atualização de dados, para garantir a transparência e o uso correto dos recursos públicos.
“A Prefeitura de São Cristóvão reforça seu comprometimento com a transparência, a legalidade e a justiça social, garantindo que o Bolsa Família continue cumprindo seu papel de apoiar as famílias em situação de vulnerabilidade”, diz o comunicado.










