A assistente social, mestra da cultura popular e coordenadora do grupo Chegança Santa Cruz, Gicelma de Jesus Santos, denunciou estar sofrendo perseguição política em Itabaiana. Em entrevista ao Jornal da Fan nesta quinta-feira, ela afirmou que a situação teria prejudicado a participação do grupo na Bienal do Livro de Itabaiana.
“Eles não podem, por conta de política, por conta de que eles não gostam de mim (porque eu cobro, eu sou uma pessoa que eu falo), prejudicar um grupo […] por causa de birrinha deles.”, afirmou
Durante a entrevista, Gicelma informou que realizou a inscrição e apresentou um projeto com a intenção de expor os acervos do grupo:
“Quando saiu o resultado, colocaram o nosso projeto de exposição como segundo suplente, aí eu questionei e apresentei um recurso querendo saber qual o motivo, qual a nota foi atribuída para cada pontuação daquela […], eu tenho certeza que ninguém apresentou tanta certificação como eu apresentei. A justificativa que recebi foi que foi avaliado por várias pessoas”, alegou.
Ela explicou que entrou com uma ação no Ministério Público e que, logo após a denúncia, o projeto foi aprovado. Depois da aprovação, ela foi incluída em um grupo de WhatsApp, enviou todas as documentações solicitadas e confirmou a participação:
“Desde o mês passado que eu venho enviando para eles a arte que seria usada, […] Enviei, tenho tudo registrado. Até que, na última quinta-feira, eles entraram em contato comigo pedindo foto das coisas que eu iria expor. Sendo que já tinha enviado. Mesmo assim eu enviei. Tinha tudo descrito […] quando foi terça-feira, uma funcionária da Secretaria de Cultura me ligou e disse: ‘Eu estou ligando para dizer que a sua exposição foi retirada da ambiental do Livro’, explicou.
A assistente social explicou que a justificativa para a retirada foi a falta de espaço:
“Tem espaço para a exposição de carros antigos que estão sendo montados lá, foram montados vários estandes na parte externa. Ou seja, tem apresentação de grupos do serviço de convivência vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e o único, o único trabalho do grupo mais antigo de Itabaiana, entendeu? Que participa de vários eventos, eles tiraram”, falou.
Ela reforçou ainda que isso aconteceu após a sua saída do CRAS, onde trabalhava, e afirmou que o prefeito Valmir de Francisquinho tem ciência de tudo o que acontece:
“Eu conheço muito bem o posicionamento de Valmir. Entendeu? Tudo tem que passar por ele. […]. Tudo tem o dedo dele.”, pontuou.
O secretário da Cultura, Antônio Samarone, foi convidado para participar da entrevista, mas não aceitou. No entanto, negou as alegações de perseguição, justificando que a seleção foi realizada por uma comissão montada pela Academia Itabaianense de Letras, o que, segundo ele, comprovaria a imparcialidade. Em contrapartida, a agente cultural disparou: “Mentira dele”.










