Lu Xodó, cover da cantora Joelma, é vítima de transfobia nas redes sociais; Polícia Federal investigará o caso

Foto: Reprodução/redes sociais

A influenciadora sergipana Lu Xodó, conhecida pelo trabalho como cover da cantora Joelma, denunciou um novo caso de transfobia sofrido por meio das redes sociais. Após sucessivas agressões virtuais envolvendo ofensas à sua identidade de gênero, desta vez a artista decidiu levar o caso à Justiça e procurou a Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV). A Polícia Federal também foi acionada para investigar o crime.

“Eu posto vídeos dançando, posto vídeos engraçados nas minhas redes sociais e todos os dias vem muita gente atacando, com discurso de ódio, falando sobre minha sexualidade, querendo me diminuir como mulher e querendo me ofender, me tratando pelo masculino”, desabafa Lu Xodó em entrevista ao Portal Fan F1.

Segundo ela, o ataque mais recente passou dos limites e motivou a denúncia formal. “Ele me tratou como homem, disse: ‘Não se preocupe não, até quando você morrer você vai ser homem, viu rapaz’. Ele repetia isso para me ofender. Aí eu fui no perfil dele e vi que tinha o link do WhatsApp, e-mail, endereço, tudo. Quando entrei em contato, ele me bloqueou. Mandei um SMS e ele me ameaçou, disse que se eu ficasse com graça ele ia me achar e eu ia ver o que era bom.”

Ainda de acordo com a vítima, as ofensas são constantes em diversas plataformas, como Instagram, TikTok e Kwai. “Não é só um comentário ou outro, são coisas pesadas, absurdas mesmo. Já me disseram que eu devia ser atropelada, que tenho cara e corpo de homem, que nunca vou ser mulher. E o pior: tem muitas mulheres também que comentam esse tipo de coisa”, relata.

Lu Xodó afirma que já registrou dois boletins de ocorrência anteriormente, mas sem sucesso. Desta vez, com ajuda do advogado Lucas Ernesto, ela formalizou a denúncia com mais provas, incluindo prints de mensagens e informações do agressor. “Já é o terceiro boletim. Os outros dois não deram em nada, porque não conseguiam identificar quem era. Mas agora eu tenho tudo”, afirma.

A Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV), em Aracaju, recebeu a queixa e dará seguimento ao caso. A Polícia Federal foi envolvida diante da gravidade das ameaças e por se tratar de um crime de ódio que circula em ambiente virtual, o que pode envolver diferentes jurisdições.

“Eu espero que a justiça seja feita. Não aguento mais sofrer tanta coisa na internet, de graça, sem eu fazer nada. As pessoas vêm buscar diversão nos meus vídeos, e acabam despejando ódio. Não é só tristeza, é um sentimento de impotência”, finaliza.

Transfobia é crime no Brasil, com pena prevista de até cinco anos de reclusão, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que enquadrou atos transfóbicos na Lei do Racismo (Lei nº 7.716/1989).

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