Representante do MinC alerta sobre possível perda de recursos da Cultura por municípios sergipanos e dispara a gestores: “Falta sensibilidade”

Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, nesta quinta-feira, 8, Thiane Araújo, representante do escritório do Ministério da Cultura em Sergipe, abordou o risco de municípios do estado perderem recursos federais previstos nos novos ciclos da Política Nacional Aldir Blanc, voltada ao setor cultural. O motivo seria a não execução de parte dos montantes repassados durante o primeiro ciclo da política.

De acordo com Thiane, no primeiro ciclo, Sergipe recebeu aproximadamente R$ 25 milhões. Contudo, nem todos os municípios utilizaram os valores para financiar projetos e ações culturais, como a manutenção de espaços e a promoção de iniciativas culturais.

A gente tem feito esse trabalho de conscientização junto aos prefeitos e prefeitas, secretários e secretárias municipais de Cultura, porque para que eles recebam os próximos ciclos, eles precisam executar pelo menos 60% dos recursos que já estão em conta do primeiro ciclo e fazer a adesão ao segundo ciclo”, explicou.

Thiane também informou quais municípios ainda não aderiram ao novo ciclo:

  • Amparo de São Francisco
  • Aquidabã
  • Canhoba
  • Cedro de São João
  • Cumbe
  • Indiaroba
  • Itabaiana
  • Itabi
  • Nossa Senhora das Dores
  • Santa Luzia do Itanhy

Além disso, os municípios de Aracaju e São Miguel do Aleixo já realizaram a adesão, mas suas situações ainda estão em análise.

Os demais, que já aderiram, fizeram a adesão na plataforma, mas precisam executar 60% do recurso que já têm em conta. Acho que essa é a nossa principal dificuldade. O dinheiro tem que circular, não é para ficar guardado“, completou Thiane.

Durante a entrevista, Thiane Araújo ressaltou que é visível a falta de sensibilidade e vontade política para fomentar o funcionamento e a valorização do setor, mesmo com a disponibilidade de recursos significativos.

“Às vezes, falta sensibilidade do gestor e da gestora. O setor cultural é o primeiro que sofre, nós somos o primeiro a sair de circulação e o último a retornar, vimos isso durante a pandemia. Mas ainda não há, de fato, uma vontade de ver o setor cultural girar. Mesmo com todo esse recurso, não só via PNAB, mas outros processos de financiamento, a gente ainda vê uma dificuldade e uma vontade de querer fazer acontecer junto ao setor cultural”, afirmou.

Caso os entraves burocráticos não sejam superados, os municípios podem perder um valor superior a R$ 80 milhões em recursos para o setor cultural.

No caso dos municípios, esse investimento durante cinco anos pode chegar a mais de R$ 80 milhões. Nós estamos falando de um total, com Estado e municípios, de mais de R$ 150 milhões investidos só no setor cultural sergipano. Então a gente precisa realmente sensibilizar os nossos gestores da importância. E, obviamente, o setor cultural tem feito a sua parte nessa conscientização, nessa força junto às gestões municipais e estaduais“, finalizou.

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