No Jornal da Fan desta quinta-feira, 1º, especial ao Dia do Trabalhador, temas importantes sobre economia foram debatidos durante entrevista com o economista Emerson Souza. Na oportunidade, o entrevistado explicou a situação atual da inflação no Brasil.
Segundo o economista, a inflação tem sido controlada, mas reforça a necessidade do Governo Federal em ampliar o olhar para outras áreas, como o desemprego.
“Qual é a situação que nós temos hoje no Brasil? Nós temos hoje uma situação de inflação sobre controle e de aumento da renda e de aumento da oferta de emprego. Como todos nós vimos ontem, divulgado pelo Ministério do Trabalho, o Brasil criou nesses últimos três meses 654 mil empregos de carteira sanada. Isso é bom, isso é muito bom. Ou seja, porque além de você estar gerando renda, você está gerando renda com aquilo que nós chamamos de estabilidade, com alguma formalidade. Isso é bom, isso é positivo. Agora claro, o que é que nós temos? Nós temos hoje todo um contexto macroeconômico, de política econômica, que vê nesse aumento da oferta de emprego um problema. É por isso que você ouve a Faria Lima falar que o salário mínimo tem que ser congelado, que o governo precisa aumentar a taxa de juros, que o governo tem que parar os gastos. Por que? Porque hoje a nossa política econômica, o consenso que nós criamos na sociedade é de que a prioridade é a inflação”, explicou.
Emerson destacou um dado importante, o qual mostra que a inflação de alimentos em 2025 possui valor médio menor em comparação com os últimos anos.
“A depender das variações, você tem o quê? Uns aumentam, outros diminuem e a média fica estabilizada. Então, nós temos o quê hoje? Nós temos um contexto de que os alimentos estão crescendo mais do que o resto da cesta e como é uma coisa que a gente vê no dia a dia, não tem como fugir, a gente tem a percepção de que a inflação está maior. Só que tem um detalhe. A inflação deste ano de 2025, a inflação de alimentos, o que vem acumulado até agora, é uma das menores dos últimos seis anos. Desde a pandemia, acho que somente em 2023, se não me falho a memória, é que tem uma inflação de alimentos menor do que a atual”, detalhou.
Ainda segundo ele, é preciso priorizar inflação mas também o combate à desigualdade de renda.
” [ A inflação] é uma prioridade, mas ela tem que ser uma prioridade casada com a geração de empregos, com a expansão dos níveis de renda e também com a diminuição da concentração de renda no Brasil. Nós somos um país extremamente violento, mas também nós somos também um país extremamente nico e injusto. O 1% da nossa população mais rico detém 50% da riqueza, ou seja, corja de 3 milhões, 2 milhões de pessoas, detém 50% da riqueza, enquanto que 100 milhões de pessoas, a metade mais pobre, só tem 2%. Então a gente precisa criar um contexto para virar esse jogo”, pontuou.