Rogério fala sobre dívida de campanha e lamenta mau uso da informação: “Fazer essa destruição é muito ruim”

Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, nesta sexta-feira, 25, o senador Rogério Carvalho (PT) comentou sobre decisões judiciais envolvendo seus bens. Por acusação de fraude e dívida que ultrapassa R$ 1,2 milhão, a Justiça de Sergipe determinou no início deste mês a paralisação de obras em um terreno arrendado por Rogério ao Grupo Atakarejo. 

Uma decisão de dezembro de 2024 condenou o senador a pagar uma multa por supostamente evitar pagamentos de uma dívida oriunda de serviços de publicidade prestados para sua campanha em 2014. Durante este período, o senador teria transferido a titularidade de um imóvel para uma pessoa jurídica, como uma suposta manobra para não quitar o débito.

Segundo o senador, no entanto, a dívida em questão é do Partido dos Trabalhadores. 

“Em relação à dívida, é importante dizer ao povo sergipano que essa dívida é uma dívida do Partido dos Trabalhadores. E foi contraída em 2014. A campanha, eu fui candidato a senador, foi pago na época mais da metade do valor da dívida. Depois, a Justiça penhorou a casa do Partido dos Trabalhadores, ficou um saldo e o partido não quitou e nem foi buscado nas contas nacionais do partido o pagamento, porque o partido nacionalmente assumiu a dívida, fez a assunção da dívida”, explicou. 

No início do mês, a assessoria jurídica do senador já havia informado que a decisão desconsidera uma lei que determina a revisão dos cálculos em ações dessa natureza. Foi informado, inclusive, que o senador peticionou em outubro de 2024 solicitando essa definição e segue aguardando a manifestação do Juízo. Esta versão foi corroborada por Rogério durante a entrevista. 

“Eu estou sendo cobrado solidariamente. Eu não me nego a entrar num acordo com o credor desde que siga a lei. Ou seja, o que tem de discussão é qual é a regra de cálculo da correção. Porque existe uma lei e tem que seguir a lei. Então, enquanto isso, eu estou absolutamente tranquilo. Eles tinham entrado com uma ação para interromper uma obra que vai beneficiar. A justiça já reformou, já desbloqueou, já está resolvido isso agora, é a questão da parte que foi dito que eu tinha feito uma transferência para fugir do pagamento.  Veja só, esse bem foi transferido para as minhas filhas há três, quatro anos atrás sem nenhuma restrição no cartório”, disse Rogério.

E complementou:  “Eu tive que, para fazer esse acordo com o Atakarejo, tive que ir ao juizado de menores, porque uma das minhas filhas é menor, tive alvará da Justiça, da Justiça da Infância, Juizado da Infância e da Adolescência, tive parecer do Ministério Público, que era uma coisa mais complexa, um modelo novo de formação de empresa com uma menor. Então tudo isso passou pela Justiça e nada de óbice sobre o bem que eu transferi para as minhas filhas, que é uma herança do meu pai, que ele passou pra gente na década de 70”.

Na oportunidade, o senador destacou ainda que não possui histórico de dívidas e lamentou o mau uso das informações em referência à decisão.

“Eu fui candidato em 2018, você ouve falar de alguma dívida minha? Em 2022, eu fui candidato, tem alguma dívida minha? Em 2024, Candisse foi candidata, eu estava ao lado dela, tem alguma dívida, ela ficou devendo alguma coisa? Aquela foi porque, naquele ano, o Partido dos Trabalhadores doou R$ 275 mil para a minha campanha, e eu tive que pagar R$ 275 mil de multa por causa do dinheiro que eu recebi do partido. O partido fez a assunção da dívida, e eu estou sendo cobrado solidariamente como avalista, não como o principal devedor, apesar da campanha ter sido de senador, onde eu era o candidato, mas era uma dívida do partido. Então é preciso que a gente tome cuidado, porque a coisa mais cara que um político tem é a sua imagem, é o que ele constrói ao longo da vida, e fazer essa destruição é muito ruim”, finalizou.

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