“Quantos anos mais nós vamos precisar para julgar o caso da Indenizar-SE?”, questiona Danielle Garcia

Ainda durante a entrevista exclusiva concedida ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, nesta terça-feira, 22, a delegada Danielle Garcia levantou o fato de que os julgamentos em torno dos denunciados na operação Indenizar-SE, deflagrada em 2016, ainda não aconteceram. 

A operação investigou supostos desvios de verbas da Câmara de Vereadores de Aracaju em contratos fictícios de locação de veículos e de assessoria jurídica. 

Danielle também lembrou o fato de ter sido exonerada pelo ex-governador Jackson Barreto em 2017, quando era chefe do Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap). A delegada questionou se o fato poderia ter relação com uma tentativa de parar investigações. 

“Ele [Jackson] é quem tem que justificar o porquê exonerar o secretário João Batista, o superintendente Alessandro Vieira e a delegada Daniela Garcia. Por que? Pra que exonerar nós três naquele momento ali? Para que investigações não acontecessem? Eu não estou falando só da investigação da Torre, não. Nós temos uma investigação da Indenizar-SE. Quem não lembra disso? A Indenizar-SE é uma operação que foi antes da Torre. Se a Torre já tem oito anos, quantos anos mais nós vamos precisar para julgar o caso da Indenizar-SE? E não vai me surpreender se houver absolvição no final, não”, disse ela. 

A delegada também mencionou a existência de notas fiscais que apontaram a prática investigada no âmbito da operação.

“Eu estou ficando doida? Ou eu, vários delegados, o Ministério Público e a própria Justiça viu notas fiscais que justificavam a verba indenizatória de locação de veículos com o mesmo carro para cinco vereadores? Ou estamos todos malucos de termos visto notas fiscais indicando placa policial de uma moto, como se fosse um veículo, um corola, locado na época por R$ 7 mil um mês para um vereador. Eu que estou ficando doida? Sou eu que estou ficando maluca?”, completou. 

Durante a entrevista, Danielle também comentou sobre a relação com o ex-governador Jackson Barreto. Questionada sobre a possibilidade de se cumprimentarem durante encontros, ela mencionou republicanismo, mas disse não haver reciprocidade. 

“Ele não olha na minha cara, mas eu como sou uma pessoa educada, eu cumprimento. Ele finge que não me vê. Me recordo que recentemente nos encontramos no Palácio: ‘bom dia, governador’. Eu olhei pra ele e ele virou a cara pra mim. Enfim, mas a gente compreende, isso é bobagem, eu sou uma pessoa republicana e educada, falo com absolutamente todas as pessoas”, disse Danielle, ao que acrescentou: “Tudo isso é porque as exonerações que foram feitas no ano de 2017 pelo próprio ex-governador chamaram tanta atenção”, finalizou. 

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