A vida desse papa sempre foi pautada no amor. De cardeal desconhecido de Buenos Aires a cadeira de Pedro. Como não amar este místico? Ele nunca tratou de nenhum tema com recorte de exclusão. Nunca. Colocou o amor acima da doutrina, isso é extraordinário. Como não amar este místico?
Todo papado tem suas características próprias. Muitos esperam que o papa seja um líder carrancudo e sério; outros um monarca distante; outros um estadista que sorria o tempo todo, demonstrando carisma.
Francisco mostrou que o estadista é aquele que se humaniza. Figura de monarca, não, mas aquele que troca o trono pela esteira da humildade. Francisco desde o primeiro momento quando escolhido ao múnus – palavra do latim que significa ministério – petrino inverteu a lógica e os desejos da maioria: se posicionou como místico do amor. E pediu na janela de S. Pedro: rezem por mim. Que ser humano extraordinário e em face desse imenso pontificado e do carinho que o tributamos, rezemos pelo seu descanso eterno.
E, para sempre, guardaremos dele como sinal de luta pela vida, pela paz e pela humanidade, três gestos muito fortes:
a) A missa na ilha de Lampeduza: Francisco defendeu sem tréguas os pobres e imigrantes.
b) A encíclica de 2015, Laudato Si: o Papa Francisco saiu em defesa da casa comum, papa estadista e amoroso, homem espiritual e ecológico.
c) A oração na pandemia: solitário em 27/3/2020 subiu a praça para rezar pelos mortos e sofredores. Só os místicos agem assim.
Descanso eterno e amor ao Papa Francisco.