Elber critica modelo de OSS na saúde de Aracaju, mas avalia que secretaria está “disposta a acertar”

Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, nesta quarta-feira, 16, o vereador por Aracaju Elber Batalha (PSB) criticou o modelo de gestão das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e sua atuação, sobretudo, sistema de Aracaju. Em suas palavras, o modelo está fadado ao insucesso e culmina na precarização das relações de trabalho dos profissionais de saúde. 

“Para mim, está claro que esse modelo é um modelo fadado ao insucesso. É um modelo que precariza as relações de trabalho, que não paga um salário minimamente decente aos profissionais de saúde e que, por fim, vai apenas mudar o problema de nome. Nós temos hoje, no caso da maternidade Lourdes Nogueira, esse INTS que será substituído por outra OSS”, disse ele. 

O vereador ponderou, no entanto, que a crítica é direcionada ao modelo, e não a gestores que fazem uso dele em suas pastas. Citando a secretária municipal da saúde de Aracaju, Débora Leite, disse que há uma boa gestão.

“Não estou desmerecendo as pessoas, tanto que fiz a ressalva que considero a secretária Débora uma boa secretária”, disse Elber, ao que acrescentou: “Eu faço a crítica ao modelo, mas entendo e faço o recorte que eu vejo na secretaria municipal de saúde de Aracaju uma secretaria disposta a acertar e a recuperar a gestão, que nos últimos anos da gestão passada foi muito ruim”.

Na oportunidade, o vereador também rebateu a alegação de que as OSS seriam, na prática, entidades sem fins lucrativos.

“A primeira falácia, a primeira mentira desse processo de terceirização, através de OSS, sobretudo, é se acreditar que essas empresas não têm fins lucrativos, ou seja, elas não têm lucro, isso é desafiar nossa inteligência, que é apenas uma taxa administrativa que eles recebem. Não é assim, claro que o lucro está subentendido, e a maioria desse lucro é obtido através da exploração da mão de obra desses profissionais de saúde, são subsálarios, salários sucateados, algumas dessas unidades se utilizam do subterfúgio das cooperativas de trabalho”, completou. 

Durante a entrevista, justificando as críticas, o vereador argumentou que o serviço prestado pelas OSS demanda um custo extremamente significativo, mas não retorna com qualidade o valor do investimento. 

“Ou seja, nós precisaríamos retomar a gestão própria. Eu dou um exemplo claro, você tem hoje em Aracaju dois hospitais municipais, vamos dizer assim, o Nestor Piva e o Fernando Franco, ali no Conjunto Augusto Franco. Note que quase todos os problemas que são noticiados, que são relatados, que são reclamados pela sociedade, são relativos ao Nestor Piva, que é o exatamente administrado por essas OSS, enquanto o Fernando Franco é administrado diretamente pela prefeitura”, finalizou. 

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