Foto: Ascom MPT-SE

Apesar da abolição formal da escravidão no Brasil em 1888, a realidade do trabalho análogo à escravidão ainda afeta milhares de pessoas no país. Desde 1995, mais de 60 mil trabalhadores foram resgatados em condições subumanas, e em 2024, o Brasil registrou mais de 1.600 resgates, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Para combater essa grave violação dos direitos humanos, o Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) e o Instituto Social Ágatha lançam, de 28 de janeiro a 2 de fevereiro, a campanha “Trabalho sim, escravidão não!”, com o objetivo de conscientizar a população sobre a continuidade dessa prática no Brasil.

Objetivo da Campanha: Conscientização e Combate ao Trabalho Escravo

De acordo com o procurador do Trabalho, Adroaldo Bispo, a campanha visa alertar a sociedade sobre a escravidão contemporânea, que persiste em várias atividades econômicas, apesar da abolição legal da escravidão. “Embora a Lei Áurea tenha sido sancionada, a escravização de trabalhadores ainda existe, e é fundamental conscientizar a sociedade para combater essa realidade”, destacou Bispo.

Com o lema “Gente nasceu pra ser livre, não pra ser escravizada”, a campanha contará com ações de conscientização em pontos estratégicos de Aracaju, como o Conjunto Augusto Franco, os calçadões do centro comercial e a Universidade Federal de Sergipe (UFS). A presidente do Instituto Social Ágatha, Talita Verônica, ressaltou que a ideia deste ano é levar a mensagem da campanha para mais lugares, ampliando seu alcance e impacto. “Queremos alcançar mais pessoas, levar a informação e o alerta de forma itinerante”, explicou Talita.

Arte e Cultura como Ferramenta de Conscientização

A edição de 2025 da campanha traz como novidade a participação do renomado Teatro de Bonecos Mamulengo de Cheiroso. Com quase 50 anos de história, o grupo sergipano apresentará a peça “Quem vê cara, não vê coração. Trabalho sim, escravidão não”, uma produção que busca sensibilizar o público para a importância do combate ao trabalho escravo, utilizando a arte popular como linguagem de conscientização. O fundador e diretor artístico do grupo, Augusto Barreto, afirmou que o Mamulengo de Cheiroso está comprometido com a causa e espera surpreender o público com o espetáculo.

Programação da Campanha

A campanha “Trabalho sim, escravidão não!” será oficialmente aberta no dia 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, com a realização do III Fórum de Combate ao Trabalho Escravo no auditório do MPT-SE, em Aracaju. Durante o evento, o Teatro de Bonecos Mamulengo de Cheiroso realizará a primeira apresentação da peça. A partir do dia 29 de janeiro, as apresentações itinerantes seguirão por diversos locais da cidade, com a programação abaixo:

• 28/01: III Fórum de Combate ao Trabalho Escravo (Abertura às 08h30 – Auditório do MPT-SE, Avenida Desembargador Maynard, n. 72 – Bairro Cirurgia, Aracaju)
• 29/01: Feira do Conjunto Augusto Franco (16h)
• 30/01: UFS (Resun – 11h)
• 31/01: Cruzamento dos Calçadões (Ponto de Referência: Fundat – calçadão da rua João Pessoa) (10h)
• 01/02: Feira do Conjunto Marcos Freire I (Nossa Senhora do Socorro – 8h)
• 02/02: Orla da Atalaia (perto da pista de patinação) (10h)

Com informações do MPT-SE