Foto: Setransp

Um levantamento divulgado nesta sexta-feira, 24, pelo Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp) revelou que o crime de pulo de catraca já causou prejuízos financeiros de R$ 1,5 milhão. Além disso, a prática representa um sério risco à segurança de motoristas e passageiros, comprometendo o funcionamento do transporte público na capital sergipana e em sua Região Metropolitana.

Para combater o problema, a Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) determinou a instalação de catracas altas em áreas com altos índices de ocorrências, como Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e determinadas regiões de Aracaju. A medida foi solicitada pela SMTT local e pelos trabalhadores do transporte, que relatam preocupação crescente com a violência associada ao crime.

Desde a implementação das catracas altas, as ocorrências de pulo de catraca caíram em 90% nas áreas contempladas, segundo dados das empresas de transporte público. A redução também impactou outros crimes associados, como arrastões e assaltos dentro dos coletivos. Apesar do avanço, a prática ainda é recorrente em várias linhas, prejudicando diretamente motoristas e passageiros.

Além de comprometer a segurança, o pulo de catraca afeta o equilíbrio financeiro do sistema de transporte. A tarifa é calculada com base no número de passageiros pagantes e no custo total do serviço. Quando menos pessoas pagam a passagem, o custo é repassado aos usuários que cumprem com suas obrigações, elevando o preço da tarifa.

Outra consequência é a interferência na prestação do serviço. Como os registros não refletem a quantidade real de passageiros, a distribuição da frota pode ser comprometida, dificultando o atendimento à demanda em diferentes linhas.

Diante do aumento da violência, o Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Sinttra) enviou um ofício à SMTT solicitando a adoção de medidas de segurança mais rígidas, como a instalação de catracas duplas. A iniciativa busca proteger motoristas e cobradores, que frequentemente enfrentam ameaças e assaltos durante o trabalho. A situação tem gerado preocupação entre os profissionais do transporte público. Muitos motoristas chegaram a pedir transferência de linhas, temendo pela própria segurança após sucessivas ocorrências.