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"Ele não fazia ela feliz, mas também não deixava ela ser", diz filha de vítima de feminicídio em Lagarto

Por Leonardo Dias

20/01/2025


“Eu não esperava, foi foi um choque para mim”. Esse é o relato de Maya Andrade, de 29 anos. Ela foi surpreendida no fim de semana ao ser informada da morte dos  pais. Rosania Andrade Lima, de 50 anos, foi a primeira vítima de feminicídio no estado de Sergipe em 2025. Ela teve a vida tirada pelo companheiro, o subtenente da Polícia Militar, José Adenilson de Souza Lima, de 56 anos. O crime ocorreu na residência do casal, no bairro Exposição, em Lagarto, no Centro-Sul sergipano. Após matar a esposa, José se matou.

Para entrar no imóvel, o outro filho do casal teve que arrombar o portão e uma segunda porta. Ele foi informado do crime após os vizinhos ouvirem os disparos.

Rosania e José estavam juntos há mais de 30 anos, e tiveram três filhos, sendo que uma delas morreu em 2017. Ainda segundo Maya, durante esse período, a relação foi marcada por episódios de ameaças constantes, violência psicológica e física.

“Meu pai era um cara narcisista. Minha mãe sempre tentava se livrar dele, mas ele a ameaçava e a obrigava a voltar. Ele não fazia ela feliz, mas também não deixava ela ser. Ele tinha um sentimento de posse sobre ela”, desabafou Maya.

Questionada sobre episódios de agressão por parte do pai, Maya Andrade relatou que sua mãe já havia sido vítima de violência antes da implementação da Lei Maria da Penha. De acordo com informações apuradas pelo Portal Fan F1, o crime ocorreu na sala da residência do casal, onde a Criminalística encontrou quatro estojos de munição. Os disparos atingiram a região da cabeça de Rosania. Após cometer o feminicídio, José Adenilson tirou a própria vida com um disparo próximo ao ouvido.

O corpo de Rosania foi sepultado no final da manhã desta segunda-feira no Cemitério da Cruz Vermelha, na capital sergipana, já o de José, no final da tarde no Cemitério Municipal da cidade de Malhador, na Região Agreste do estado.

Agora, Maya terá que lidar com a saudade de uma mãe dedicada à família: “Ela vivia para dentro de casa, eu tinha uma boa relação com ela. Minha mãe foi a melhor pessoa do mundo”, disse.

Feminicídio

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), em Sergipe, foram registrados dez feminicídios em 2024 e 16 no ano de 2022.

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