Um juiz na Bolívia declarou o ex-presidente Evo Morales como “rebelde” e ordenou sua prisão por não comparecer, pela segunda vez, a uma audiência relacionada à investigação de suposto delito de tráfico de pessoas. O ex-presidente está sendo investigado por supostamente manter uma relação íntima com uma adolescente em 2015, quando ainda ocupava a presidência da Bolívia. O juiz de Instrução Penal, Anticorrupção e Contra a Violência à Mulher de Tarija, Nelson Alberto Rocabado, também determinou o congelamento das contas bancárias de Morales, informou o canal RT nesta sexta-feira, 17.

Morales justificou sua ausência alegando problemas de saúde, enquanto seu advogado, Jorge Pérez, afirmou que seu cliente não foi devidamente notificado. Nos últimos meses, a relação entre Morales e o presidente boliviano, Luis Arce, ambos do Movimento ao Socialismo (MAS), tem se deteriorado, resultando na divisão do partido em duas facções.

Em dezembro passado, Morales afirmou ser vítima de uma “brutal guerra jurídica” promovida pelo governo de Arce. Em 16 de dezembro de 2024, as autoridades bolivianas emitiram um mandado de prisão contra Morales. Em 19 de dezembro, os promotores solicitaram um alerta migratório para monitorar seus movimentos.

À época, Morales estava refugiado na região de Cochabamba, na província de Chapare, onde conta com forte apoio dos produtores de coca.