Os sete suspeitos envolvidos na morte do advogado José Lael de Souza Rodrigues Júnior, de 42 anos, foram transferidos nesta sexta-feira, 10, para duas unidades prisionais em Sergipe. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc).

As três mulheres investigadas no caso estão detidas no Presídio Feminino (Prefem), localizado em Nossa Senhora do Socorro. Já os outros quatro homens foram encaminhados para o Complexo Penitenciário Antonio Jacinto Filho (Compajaf), em Aracaju.

Entre os presos está a cirurgiã plástica Daniele Barreto, viúva da vítima. Ela foi detida no dia 12 de novembro, sob suspeita de ter planejado o assassinato do marido. O crime aconteceu em 18 de outubro, no bairro Jardins, uma área nobre da capital sergipana. José Lael foi baleado enquanto conversava com seu filho de 20 anos, fruto de um relacionamento anterior. O jovem também foi atingido, mas sobreviveu.

Thiago Leandro, delegado-geral da Polícia Civil de Sergipe, informou que o caso era investigado sob duas possíveis motivações iniciais: a atuação de José Leal como advogado criminalista, representando clientes ligados a facções criminosas, e questões passionais.

A Polícia Civil concluiu que o assassinato foi planejado por Daniele e por uma amiga dela. Segundo a delegada Juliana Alcoforado, o crime teria sido motivado por ciúmes e disputas financeiras. “A vítima desconfiava de uma possível traição por parte da esposa e chegou a relatar essas suspeitas para terceiros. Na noite anterior ao crime, houve uma discussão acalorada entre eles”, detalhou.

De acordo com a investigação, Daniele solicitou que o marido saísse para comprar um açaí, criando a oportunidade para a emboscada. A execução foi cuidadosamente arquitetada, envolvendo outras pessoas que agora também estão presas.

Além do ciúme, o casal estaria enfrentando conflitos relacionados ao processo de separação, o que pode ter intensificado as motivações financeiras por trás do crime.

Daniele Barreto, uma cirurgiã plástica renomada em Aracaju, possuía mais de 145 mil seguidores no Instagram. Após o assassinato, ela chegou a publicar uma homenagem ao marido, mas logo em seguida trancou sua conta na rede social. O casal estava junto há cerca de 10 anos.

A operação que levou às prisões foi realizada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), com cumprimento de mandados de busca e apreensão em Aracaju e Laranjeiras. O caso segue em segredo de justiça, enquanto a polícia trabalha na finalização do inquérito.