A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi presa nesta quinta-feira, 9, enquanto deixava uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro, na região de Caracas. A informação foi divulgada pela imprensa local, e, até o momento, sua localização permanece desconhecida.

Esta foi a primeira aparição pública de María Corina em cinco meses. Durante o evento, realizado em Chacao, nos arredores da capital venezuelana, ela discursou para manifestantes, reforçando sua oposição ao regime de Maduro.

De acordo com o partido opositor Comando ConVzla, María Corina foi interceptada de forma violenta ao deixar o ato. “Membros do regime Maduro atacaram motos que a transportavam”, relatou a sigla por meio de redes sociais.

Repercussão internacional e apelos pela libertação

A prisão da opositora gerou ampla repercussão. Edmundo González, que disputou as eleições com o apoio de María Corina e se autoproclamou presidente eleito, condenou a ação e exigiu sua libertação. “Exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram, eu digo: não brinquem com fogo”, declarou em suas redes sociais.

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também manifestou apoio à opositora, pedindo que o governo venezuelano garanta a integridade física de María Corina. “É fundamental que sua segurança pessoal seja protegida e que ela seja libertada imediatamente”, afirmou.

Acusações e perseguições

María Corina Machado é alvo de diversas acusações feitas pelo Ministério Público da Venezuela. Em agosto, a opositora escreveu um artigo no jornal The Wall Street Journal, no qual afirmou estar escondida devido a ameaças contra sua vida.

A prisão de opositores é uma prática denunciada frequentemente por movimentos contrários ao governo Maduro. Segundo líderes da oposição, essas detenções arbitrárias são uma estratégia do regime para silenciar vozes dissidentes. Recentemente, o genro de Edmundo González foi detido por homens encapuzados, em um episódio que também foi classificado como sequestro.

Cenário tenso na Venezuela

O caso de María Corina Machado destaca o clima de tensão na Venezuela, onde a polarização política e denúncias de violações aos direitos humanos têm atraído atenção internacional. Enquanto aliados de Maduro reforçam o discurso de proteção à soberania nacional, opositores denunciam uma escalada autoritária e pedem maior intervenção da comunidade internacional.

Com informações do G1.