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“Do jeito que está, não consegue manter o trabalhador”, diz economista sobre o salário mínimo
Da redação
06/01/2025
Nesta segunda-feira, 6, o Jornal da Fan entrevistou o economista Luiz Moura, que analisou o reajuste do salário mínimo, fixado pelo governo a ser pago no país esse ano em R$1.518, valor R$106 maior do que o de 2024.
Contudo, na avaliação do economista, o novo valor do salário mínimo não é positivo para a vida do trabalhador. “Essa questão do salário mínimo é sempre um ponto polêmico. Porque é aquela história, às vezes o empresário diz que é muito porque ele paga e é pouco porque o trabalhador ganha. Todo mundo sabe que o salário mínimo, do jeito que está, não consegue manter o trabalhador e a sua família”, avaliou.
Luiz também apontou uma mudança na política de valorização do salário mínimo, que impacta diretamente a vida das pessoas que recebem esse valor no país.
“Foi aprovada uma lei que estipulava a inflação e o crescimento do PIB como critérios. Isso vinha sendo praticado e foi comemorado como um avanço no primeiro ano do governo Lula. Ocorre que, no bolo do pacote fiscal, essa lei foi revogada e substituída por uma nova regra, que mantém o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) como base, mas estipula um teto de 2,5% para o aumento real”, explicou o economista.
Ele destacou que, caso a regra anterior estivesse em vigor, o salário mínimo teria sido fixado 10 reais a mais do novo valor. “Se fosse valer a regra anterior, o salário mínimo seria mais 10 reais no seu valor, seria 1.528 reais. O trabalhador perdeu 10 reais todo mês, caso isso não seja revisto. Com o 13º, isso representa 130 reais por ano e, pelos próximos dois anos do governo, 260 reais no total”.
E acrescentou, argumentando que a decisão não representou avanço. “Muito triste isso, porque o próprio governo fez a lei anterior e o próprio governo desfaz a lei anterior. Mostrando aí que não teve, na prática, uma consistência política de manter a política de valorização do salário mínimo. Essas 60 milhões de pessoas não têm condições de garantir a sua sobrevivência da sua família com o valor anterior e com o valor atual”, disse.