Domingueira
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Aos golpistas, o destino que os democratas teriam com o retorno de uma ditadura
Por Narcizo Machado e colaboração de Diego Rios
15/12/2024
Desde o 8 de janeiro de 2023, com consequências nos atuais desdobramentos das investigações da Polícia Federal que apurou uma possível atuação criminosa de personagens do governo Bolsonaro na tentativa de um golpe de Estado e na trama da morte do atual presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, que o Brasil acompanha de forma dividida os fatos.
Uns animados e empolgados, ou estão estupefatos e com a realidade lhe surgindo aos pés. Aqui um apelo: atenção direita democrática, reaja!
Vou poupar letras e evitar a historiografia de golpes anteriores. Para os atuais golpistas e seus apoiadores, isto é indiferente, eles deturpam a história. A alucinação, a alienação e a paixão cegam. Os discursos são sempre desconexos.
É aberrante percebermos que parte da classe política passa incólume a esta drástica situação, principalmente os políticos de centro-direita. O silêncio é ensurdecedor. A atuação desse setor da política é apenas pelas benesses.
Caso a tentativa de golpe tivesse ocorrido, e com sucesso, os democratas de direita e de esquerda estariam com atuação restrita e no alvo de possíveis contravenções judiciais, da violência política e física, quem sabe exilados ou mortos.
Tantas poderiam ser as famílias na espera da volta do irmão do Henfil, outras poderiam estar enlutadas como a de Herzog e, décadas à frente, surgiriam alguns Marcélios, como o sergipano Bonfim, para contar seus sofrimentos.
As informações, até aqui reveladas, mostram um amadorismo e, ao mesmo tempo, um desrespeito e desprezo ao estado democrático de direito.
Se eles não têm limites, a eles o limite severo da lei. Não precisamos de esforço intelectual para entender o momento político atual. A realidade é direta: ou damos aos golpistas um tratamento duro, ou a impunidade será revelia para novos intentos.
Aos golpistas, desejo o que reles fariam com os democratas que se oporiam a um golpe: a prisão. Porém, com uma diferença crucial: respeitando o amplo processo de defesa e sem torturas. Os golpistas merecem condenação democrática.
Seja quem for, que pague seu crime. A democracia é inegociável!
NOTAS DA SEMANA
Advogado Evânio Moura explica prisão de Braga Netto
Entrevista sobre Braga
Diante da grande repercussão da prisão do coronel Braga Netto, ex-ministro e ex-vice de Bolsonaro, a Domingueira provocou os deputados federais João Daniel e Rodrigo Valadares. João respondeu aos nossos questionamentos e a entrevista segue no final da Coluna. Insistimos, até às 23h, com Rodrigo, mas ele não enviou as respostas.
Entrevista Emília I
Muitos torceram para que a participação de Emília Corrêa no Jornal da Fan fosse uma espécie de ringue ou lavagem de roupa suja. A postura da prefeita eleita foi de extremo respeito pelo espaço radiofônico e de concentração nos assuntos que efetivamente interessam à população. O comportamento de Emília demonstrou que, mesmo criticada, ela entende o papel da imprensa no processo democrático.
Entrevista de Emília II
A prefeita eleita equilibrou o discurso radical da campanha, com a responsabilidade da gestão que se avizinha. Pela primeira vez, admitiu que seria possível confinar a atual licitação do transporte público, desde que algumas exigências sejam atendidas, a exemplo da chegada de ônibus com ar-condicionado.
Entrevista Emília III
Outra revelação importante na entrevista foi a da reforma administrativa. Emília afirmou que fará extinção e fusão de secretarias para ajustar a seu modelo de gestão. Uma das pastas que passará por mudanças será a Funcaju e a Secretaria de Inovação, hoje comandada por Vitor Rolemberg.
Emília e a “caixa preta”
Questionada sobre como será o processo de abertura da “caixa presta”, Emília explicou que cada um de seus secretários terá a missão de analisar contratos e propor ajustes, caso necessário. Sem radicalidades, a prefeita assegurou que nada ocorrerá de forma involuntária ou isolada.
Emília não fará ‘caça às bruxas’
Durante a entrevista, um dos questionamentos advindo de ouvinte foi quanto a uma possível demissão em massa. A prefeita garantiu que essa não é a orientação dada a equipe. Que caso haja necessidade, as trocas ocorrerão paulatinamente, sem ‘caça às bruxas’.
Isac condicionou liderança
Uma fonte ligada ao vereador Isac Silveira, especulado como possível líder de Emília Corrêa na Câmara, revelou que o parlamentar condicionou à prefeita a aceitação do desafio à condição de ter ‘carta branca’ para intervir nas demandas dos parlamentares, diante de todos os órgãos municipais.
Eduardo Lima adjunto na Assistência
Chega à Domingueira a informação de que o pastor e atual vereador, Eduardo Lima, teria sido convidado para ser adjunto na Secretaria de Assistência Social na gestão Emília. Eduardo tem vínculo com a Igreja Universal e teria consultado o comando da instituição para dar a resposta.
Coletiva de Emília
A prefeita eleita fará coletiva de imprensa na próxima sexta-feira, 20, 7h, no espaço de eventos Porto Farol, na Coroa do Meio. Na oportunidade, ela pretende fazer um balanço da transição, a apresentação do secretariado, comentar sobre o início do governo e suas primeiras ações.
Despedida de Bittencourt
Chamou atenção a despedida do vereador Professor Bittencourt da Câmara de Aracaju. Líder de Edvaldo durante um bom tempo da última gestão, Bittencourt não conseguiu a reeleição e deixa o parlamento de Aracaju. Vereadores fizeram discursos enaltecendo a trajetória dele. Uma das falas mais emocionadas foi a do vereador Isac Silveira, que se tornou um dos maiores opositores de Edvaldo, contudo, referendou que, com Bittencourt, manteve convivência fraterna nos ambientes extra parlamento. Aracaju perde um grande parlamentar, essa foi a afirmação de todos os vereadores que conseguiram a reeleição.
Briga pela vice na Câmara
Está consolidado que Ricardo Vasconcelos será, mais uma vez, presidente da Câmara de Vereadores biênio 2025/2026. Agora, a briga é pela vice-presidência. Pastor Diego quer o cargo. Além dele, Anderson de Tuca.
Destaque nacional
Na última semana, a deputada federal, Katarina Feitoza, ganhou notoriedade em âmbito nacional ao relatar o PL 3.976/20. A medida, além de criar um cadastro nacional de pedófilos na rede mundial de computadores, também prevê a castração química de condenados por pedofilia. Por tratar de um tema bastante polêmico, a matéria demandou bastante embasamento e articulação. Nas redes sociais, a parlamentar comemorou a vitória: “O projeto representa um grande passo na prevenção e punição aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes, que infelizmente são muito comuns em nosso país e que precisam ser combatidos duramente”.
Semana intensa I
Amanhã, o governador Fábio Mitidieri assina a ordem de serviço para o início das obras do Complexo Viário Senadora Maria do Carmo Alves. A obra terá o investimento de R$ 318 milhões e prevê a construção de um viaduto e uma ponte estaiada, interligando a Avenida Tancredo Neves ao Bairro Coroa do Meio. A solenidade vai contar com a presença de diversas autoridades e está prevista para acontecer ao lado do terreno da nova sede da Polícia Federal, às 10h.
Semana intensa II
Na terça-feira, 17, o governador vai inaugurar a pavimentação da rodovia SE-160, no entroncamento da BR-235 (Cafuz) até o Povoado Pedrinhas, em Areia Branca. Além disso, Fábio vai autorizar a construção de 12 obras do programa Acelera Sergipe em dez municípios do Interior, destravando de vez o programa que já vinha sendo criticado.
Semana intensa III
Na quarta-feira, 18, o contrato da concessão parcial dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Sergipe vai ser assinado pela Iguá Saneamento juntamente com o Governo do Estado, às 11h, no Centro de Convenções de Sergipe. Está prevista a presença de todos os prefeitos sergipanos, inclusive dos eleitos. Lembrando que os gestores poderão protocolar a documentação para ter acesso aos recursos da concessão, logo após a assinatura do contrato.
Briga pelos recursos da Deso
Os reeleitos e reeleitas, ou os que fizeram seus sucessores, estão comemorando a liberação dos milhões com a assinatura do contrato de concessão da Deso. Nas cidades em que os adversários venceram, a preocupação dos futuros gestores é grande. Acham que vão encontrar os ‘cofres vazios’.
TCE de olho nos recursos
O Ministério Público de Contas do TCE-SE já mandou o recado de que está de olho na forma como os recursos serão usados. O mesmo se espera do Ministério Público de Sergipe. Não se pode permitir a gastança desenfreada.
Mudanças no concurso da PM
Nesta semana, o Governo do Estado publicará um novo edital do concurso público da Polícia Militar. Segundo fontes ligadas ao governo, além da inclusão de vagas para PcD´s, haverá mudança na idade mínima para inscrição no concurso. A data da prova também será alterada.
ENTREVISTA COM JOÃO DANIEL
Qual a sua visão das investigações da Polícia Federal quanto à tentativa de golpe planejada por membros do governo Bolsonaro?
João Daniel – Nossa avaliação é de que a história do Brasil sempre foi uma história de muitos golpes dados pela elite brasileira. Em todos os momentos em que a nossa democracia foi fortalecida, que a classe trabalhadora passou a ter direitos e ter governo popular, nós tivemos ameaças ou golpes neste país. Por isso, é fundamental que haja uma investigação profunda e que haja punição exemplar para todos os envolvidos, aqueles que planejaram, aqueles que financiaram e aqueles que fizeram as ações golpistas em nosso país. Afinal de contas, a luta mais importante do povo brasileiro é a luta para defender a soberania nacional, defender uma democracia forte, participativa, defender os interesses de toda a população brasileira e um projeto de desenvolvimento nacional. O golpe planejado pelo governo Bolsonaro e seus membros era um golpe contra o povo brasileiro, contra a soberania nacional, contra a constituição federal. Por isso, essa prisão é fundamental, não só essa como todas as prisões que deverão ocorrer necessariamente para o bem da democracia, para o fortalecimento da democracia brasileira. Nós não queremos perseguição a ninguém dos nossos adversários, queremos apenas o cumprimento da Constituição, da legislação e uma punição exemplar para que não se repita em outros momentos da nossa história.
Como avalia e qual o impacto da prisão de Braga Netto?
JD – Braga Neto, em todos os relatórios e investigações da Polícia Federal, aparece como um dos arquitetos, mentores do golpe, inclusive do planejamento do assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Por isso, é fundamental que não haja apenas punição àqueles debaixo, mas é importante que os grandes articuladores sejam punidos, e Braga Netto foi um dos grandes mentores, articuladores que planejavam o assassinato e o golpe de estado. Portanto, eu acho fundamental essa prisão, pois coloca o Brasil numa situação muito importante, que é a de mostrar que a justiça brasileira, que as instituições estão funcionando e que não há medo e nem anistia para aqueles que cometeram crime neste país. Então, pela investigação, Braga Netto é um dos responsáveis pelo plano traçado, participou diretamente do planejamento e na execução desse golpe que foi abolido, graças à população brasileira, graças à liderança do presidente Lula e o funcionamento firme das instituições, incluindo o STF e o Tribunal Superior Eleitoral, que foram firmes, que tiveram clareza e que fizeram a parte principal, que é cumprir a Constituição Federal.
Acredita que o cerco está se fechando contra o ex-presidente Bolsonaro?
JD – Nós não temos dúvida da participação de Bolsonaro neste processo de golpe, da articulação, ele é mentor, ele participou diretamente. O cerco está se fechando e eu não tenho dúvida de que haverá prisão dele como um dos responsáveis por tudo que ocorreu na tentativa de golpe no Brasil. E eu acho fundamental a forma como o processo vem andando, com firmeza da Polícia Federal, com firmeza dos ministros do Supremo Tribunal Federal, para que haja esclarecimento e punição dos principais. Eu não tenho dúvida nenhuma, os inquéritos, relatórios e investigações mostram que Bolsonaro era mentor, era articulador e trabalhou firme para o golpe no Brasil. Por isso, estamos muito firmes e fortes, sem comemorar prisão de ninguém. Apenas queremos o cumprimento da Constituição, apenas queremos um julgamento justo, com todo direito de defesa, mas com punição exemplar dos seus mentores, articuladores, financiadores e Bolsonaro é um dos principais articuladores do golpe. Por isso, é fundamental que este cerco chegue a Bolsonaro e que haja a prisão dele, para dar exemplo à nossa população brasileira de que a democracia, acima de tudo, deve ser respeitada, cuidada diariamente e que jamais haja golpe e ditadura neste país.