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Cinco poetas sergipanos lançam antologia pela Tilápia-azul

Da redação

04/12/2024


A plataforma de arte contemporânea Tilápia-azul reuniu cinco poetas para construir a antologia Invenção do complô. Em pré-venda desde o final de novembro, o projeto possui textos de Alekole, Kauam Mattos, Letícia Galvão, Lucas Ribeiro Rocha e Wendell Campos, que têm pouca coisa em comum no que se refere a estilo literário.

Os autores possuem visões distintas de poesia e isso se reflete nas soluções criativas. Por exemplo: os versos podem se adequar à vontade de detalhar ou de embaralhar cenas que se arquitetam de estrofe em estrofe. Mas, na maioria das vezes, os poetas não abrem mão de transformar a própria experiência em matéria-prima. 

Organizada por Luís Matheus Brito, a publicação é uma maneira de rastrear o trabalho poético que é feito em Sergipe, sobretudo entre uma geração que começa a publicar os primeiros livros.

É o caso de Lucas Ribeiro Rocha e Wendell Campos, dois artistas que estrearam graças a leis de incentivo nos últimos anos. Mas o livro é apenas uma das formas de intervenção e legitimação. Do mesmo modo, a antologia é uma forma de incentivar a escrita poética. Afinal, é comum que ela seja interrompida. 

Uma marca dos autores de Invenção do complô é a dedicação a outras linguagens artísticas, como as artes visuais, a música e a performance. No caso de Kauam Mattos e Letícia Galvão, por exemplo, as artes visuais se sobressaem.

Ao lado de Wendell Campos, eles são responsáveis por colocar em circulação desenhos, pinturas e xilogravuras. Alekole e Lucas Ribeiro Rocha, por sinal, têm em comum o contato com a música e a performance. O posfácio, que é assinado por Luís Matheus Brito, possui uma breve reflexão sobre o acúmulo de práticas artísticas.

No título da publicação, há uma carga irônica. Ele foi pensado para refletir a experiência de edição de um livro, na medida em que todos os envolvidos podem agir em segredo até que o material venha à tona. Editar é inventar um complô. Quando é realizado num contexto artístico com pouco ou nenhum incentivo público, isso é inescapável.

Ao mesmo tempo, o nome é uma interpretação das ideias do escritor argentino Ricardo Piglia. Para ele, a literatura se apropria da política a fim de pensá-la como conspiração e guerra, como trama na qual se expõem “núcleos secretos” da sociedade.

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