“Ele ouviu minha voz, chorou, deu o último suspiro”, diz tutor de cão que morreu após suposta negligência em petshop

WhatsApp Image 2024-07-18 at 07.31.59

De forma exclusiva ao Jornal da Fan desta quinta-feira, 18, o tutor de um cão denunciou que seu animal de estimação morreu após suposta negligência em um petshop de Aracaju. 

O cachorro, de nome Lupe,  era da raça shih-tzu. O tutor Leonardo Silva relatou que deixou o cachorro no hotelzinho na quinta-feira,  11, pela manhã, pois viajaria para São Paulo. “Sempre que a gente deixa o pet no hotel eles enviam vídeos para saber, na escolinha, como é que ele tá, como é que ele fica”. Leonardo disse que recebeu o último vídeo na sexta-feira. Ao retornar para Aracaju na segunda-feira, 15, foi ao estabelecimento saber o que havia acontecido.

“ Eu fui recebido por um recepcionista, e ele me avisou que o cachorro ia demorar 30 minutos no banho. Depois eu perguntei novamente, aí veio outro moça – uma cuidadora – e ela me informou que o cachorro tinha sofrido um acidente naquele momento, e que às 14h ia ter um raio-x”, conta o tutor.

Já durante o tarde, Leonardo recebeu uma mensagem que dizia que ‘Lupe’ havia sido internado em um hospital da capital, mas sem correr risco de vida. “ E aí às 17h eu fui até este hospital, já fiquei um pouco nervoso. Lá eu fui atendido por uma médica veterinária, que disse para mim se eu estava pronto para ver meu cachorro. Aí eu entrei nessa sala que ficam os cães em tratamento e eu me deparei com uma situação terrível para mim”, descreveu o tutor, completamente emocionado pela situação.

Leonardo disse que o hotelzinho informou que seu cachorro brigou com outro cachorro, da raça Bulldog francês. Mas, o tutor se surpreendeu ao encontrar seu animal bastante ferido.
“ Ás 17h, quando dei entrada para vê-lo, ele ouviu minha voz, chorou, deu o último suspiro, aí eu saí para chorar lá fora. Depois, fui chamado novamente para dizerem que meu cachorro teve um parada cardiorrespiratória. Aí foi o fim, eu já percebi que ele não voltava mais”.

A principal revolta do tutor é o fato de Lupe não ter recebido atendimento médico logo no sábado, dia do ocorrido. Também em participação ao Jornal da Fan, Dr. Emanoel Matias, advogado responsável pelo caso, disse que o estabelecimento poderá responder criminalmente.

“ Inicialmente, o que está sendo apurado é uma responsabilidade criminal pela suposta prática de maus-tratos, no sentido de: ele estava num ambiente de confiança, exatamente para tratar, para dar um cuidado para essa animal , para que o tutor tivesse tranquilo, para qu ele pudesse viajar, era uma relação de confiança. E esse aparente lapso entre o ocorrido e a data em que o animal recebeu atendimento veterinário é o que é preponderante para que a gente possa buscar a configuração e a tipificação desse delito “, explicou o advogado.

Por meio de nota, o estabelecimento disse que está “profundamente consternada com o ocorrido”. Além disso, explicou que “ocorreu um desentendimento inesperado entre dois cães que sempre foram dóceis, que se conheciam e que frequentavam nosso hotel juntos há alguns anos”. 

Em defesa ao que foi dito por Leonardo, a empresa alegou ainda que após perceberam mudança no comportamento de Lupe o levaram   “para o maior hospital veterinário particular de referência do Estado, onde ele foi prontamente atendido, fez exames, foi feito tudo que era possível. Houve melhora momentânea e o quadro dele estabilizou, mas infelizmente depois houve uma piora e ele veio a óbito. “

Por fim, o estabelecimento diz que assume toda a responsabilidade e lamenta a fatalidade.

 

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.