O deputado federal Rodrigo Valadares (União) perdeu uma ação que ingressou contra o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese) por suposta ofensa à honra e abuso do direito de informação.

A decisão, proferida na última quarta-feira, 17, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), aponta ausência de conduta difamatória que pudesse culminar na responsabilização do sindicato. 

Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM,  nesta segunda-feira, 22, o presidente do Sintese, Roberto Silva, comentou sobre a ação e reiterou críticas ao deputado. 

“No nosso entendimento, [Rodrigo] cometeu uma agressão às mulheres, às professoras, quando afirmou, no Plenário da Assembleia Legislativa, que as professoras eram iguais a mulheres que gostavam de apanhar do marido e continuavam amando ele. E que nós entendemos que ali foi uma agressão brutal a todas as mulheres, especialmente às professoras”, disse ele.

O processo foi interposto na época em que Rodrigo ainda ocupava o cargo de deputado estadual. Durante discurso na tribuna, o parlamentar fez uma comparação entre o sindicato e uma pessoa que sofre um relacionamento abusivo, afirmando que a entidade “parece aquela mulher que apanha do marido e não consegue largar”, seja por questões financeiras ou emocionais.

Após o episódio, o sindicato veiculou em suas redes sociais uma postagem na qual dizia que o deputado afirmou que o Sintese é como uma “mulher que gosta de apanhar do marido”. 

Rodrigo, por sua vez, alegou que houve manipulação e modificação do sentido das palavras que proferiu, com o propósito de difamação. Ele entrou com ação judicial contra o Sintese, que tramitou em Sergipe, e posteriormente entrou com recurso no STJ. 

A decisão do ministro Marco Aurelio Bellizze, no entanto, aponta que apesar do uso equivocado das aspas, que indica a reprodução idêntica da mensagem, a notícia publicada pelo sindicato “reproduziu ideia que pode ser extraída da manifestação do deputado”.

Ainda durante a entrevista nesta segunda, Roberto Silva disse que a decisão reitera a posição assumida pelo sindicato após a fala de Rodrigo. 

“O que demonstra que nós estávamos corretos, que o deputado cometeu sim uma ação brutal e de machismo contra as mulheres. Nossa solidariedade, mais uma vez, a todas as professoras de Sergipe, finalizou Roberto.