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“Há uma verdadeira caixa-preta na Adema”, diz presidente da Anamma

Da redação

05/04/2024


Na manhã desta sexta-feira, 5, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, entrevistou o presidente da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), Marçal Cavalcanti. Ele desferiu críticas à Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) em relação à sua postura no tocante à emissão de licenciamentos ambientais para aterros sanitários.

Estamos aqui em Aracaju com esse problema imenso dos aterros sanitários, que é um problema seríssimo. Nós estamos hoje com Aracaju sofrendo intervenções e uma política pública que precisa ser revista, tanto pela Assembleia Legislativa quanto pelas Câmaras municipais, e temos a sorte de termos um Ministério Público atuante que combate a esses problemas. Em virtude da intervenção feita pela Adema no aterro de Rosário do Catete, que atende a Aracaju e diversos municípios sergipanos, nós ficamos estarrecidos no ano passado, o que causou prejuízo imenso à cidade de Aracaju”, lamentou Marçal.

Ele foi duro e relatou sobre uma ação judicial movida pela instituição que preside para ter acesso a todos os aterros sergipanos.

Há uma verdadeira caixa-preta na Adema com relação aos licenciamentos ambientais dos aterros sanitários. A gente não consegue ter acesso às informações, a Anamma teve que entrar na Justiça para que a Adema fornecesse as licenças ambientais de todos os aterros sanitários, nós solicitamos na Justiça uma fiscalização de um acompanhamento em todos os aterros sanitários de Sergipe e em vários outros, e foi nos dado o direito de acesso”, explicou o presidente.

E continuou: “Mandamos comunicado a todos os donos de aterro de Sergipe. Rosário do Catete respondeu que poderia permitir a visita e os aterros da Termoclave, em Itaporanga, Santa Luzia e Itabaiana, não permitiu, disse que não era obrigado por lei a ceder espaço para que a associação pudesse fazer essa averiguação, dado que a sua presidência tem assento no Conama, no Conselho Nacional de Meio Ambiente, temos assento em vários e vários conselhos estaduais, e aí nós ficamos estarrecidos”.

Marçal afirma que aguarda a liberação da Termoclave para só assim ajustar a visita de quatro técnicos de São Paulo e Minas Gerais, uma vez que os outros aterros já permitiram o acesso, porém é inviável trazê-los mais de uma vez a Sergipe.

Quem não tem a esconder permite qualquer visita, é coisa simples, vamos lá averiguar com a equipe de alto nível. E mais ainda, o que nos deixa assim, muito preocupados, é que nós estamos vivendo um momento com a questão do metano, que é o GGE, o país hoje tem 3.275 lixões a céu aberto e tem lixões dizendo que são aterros e não têm as devidas políticas públicas e nem as contenções, nem as ações mitigadoras para que os gases do efeito estufa vá para a natureza”, detalhou Marçal.

Por fim, ele falou da sua preocupação em relação a um laudo emitido pela Ibama em Sergipe apontando diversas irregularidades nos aterros da Termoclave.

Nós temos uma demanda muito importante, que foi um laudo do Ibama de Sergipe que deu um laudo, numa ação na 6ª Vara Federal, e tudo aquilo que nós da Anamma tínhamos desconfiança, no laudo do Ibama está peremptoriamente descrito. Lagoas sendo invadidas, chorume a céu aberto, e isso é lamentável, que uma instituição como a Adema, num momento desses, não consiga tomar e ter transparência e fazer uma fiscalização. Nós estamos clamando, vamos tornar público, mais uma vez, o pedido de visita, para que a gente possa tirar um laudo por definitivo e resolver essa questão. É inadmissível a Adema fechar um aterro e deixar três aterros desse como estão, sem ter uma posição de agir”, finalizou Marçal Cavalcanti.

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