Nesta terça-feira, 2, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Jornal da Fan abriu espaço para diversos atores sociais darem os seus pontos de vista sobre o assunto no programa. Duas mães de autistas e até uma pré-candidata a vereadora, que está inserida no espectro autista, participaram da ocasião.

Uma das convidadas foi a Deise Soares da Silva, que é mãe do Davy Lucas Filho, uma criança de 8 anos e do Transtorno do Espectro Autista. Ela, que era estudante do Direito, hoje cursa Terapia Ocupacional para auxiliar na evolução do menino e de outras crianças.

“Eu digo que o autismo mudou a minha vida, e para a melhor. A gente vive num mundo de desafios, vive num mundo de preconceito, e assim a gente vai levando a vida”, disse a mãe do Davy.

Quem também participou do programa foi a Priscila Boaventura, mãe de autista e ativista da causa, ela lembra que essa é uma luta institucional.

“A gente precisa falar muito sobre o transtorno que está presente em diversas famílias. Um dia como esse é de extrema importância para que a gente fale principalmente sobre diversidade, sobre respeito e falar sobre pessoas, porque autistas são pessoas. Embora muita gente se sinta confortável ao falar de “anjos”, mas a gente não pode esquecer o sofrimento que essas pessoas têm, que elas passam com ausência de tratamento, de inclusão escolar, ausência de inserção no mercado de trabalho”, destacou Priscila.

Para encerrar o programa, Magna Santana entrevistou Ellen Rodrigues, advogada, pré-candidata a vereadora e autista. Ela falou sobre as dificuldades vivenciou e sobre o seu diagnóstico tardio, aos 23 anos, em 2020.

“Hoje é bem mais fácil de lidar, porque eu consigo ir processando as informações, de que eu estou sobrecarregada, ter calma, respirar. Antes eu não tinha essa paciência comigo mesma. Antigamente, eu queria fazer tudo para ontem, rápido e não me respeitava”, disse Ellen.

No entanto, a sua condição te dá combustível para tentar mudar a sociedade como pré-candidata a vereadora de Aracaju. “Eu fico imaginando mães e até pessoas do espectro, que precisam de um suporte até maior que o meu. O quanto não sofrem para poder valer os seus direitos”, declarou.