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Projeto da UFS utiliza a dança como meio para beneficiar pacientes com Parkinson

Da redação

29/03/2024


Tremores nas mãos e pernas, rigidez dos músculos, lentidão nos movimentos e desequilíbrio são alguns dos principais sintomas de quem é acometido pela Doença de Parkinson, uma patologia neurológica degenerativa que atinge o sistema nervoso central.

A doença é caracterizada principalmente pela perda progressiva de neurônios dopaminérgicos situados na zona compacta da substância negra (SNpc), causando disfunções motoras e também alterações cognitivas.

Assim, a realização de atividades funcionais como sentar, levantar e caminhar, além da manutenção da estabilidade postural, acabam se tornando um desafio. 

Por isso, pensando em diminuir os impactos para quem enfrenta essas condições, surgiu o ParkinSoDance, um projeto de extensão na Universidade Federal de Sergipe (UFS) que auxilia pessoas que sofrem da Doença de Parkinson por meio da dança.

De acordo com a professora Josimari de Santana, do Departamento de Fisioterapia, o projeto é oriundo de um trabalho de pesquisa que acabou sendo expandido para manter a assistência fisioterapêutica aos pacientes. Em suas palavras, os dados da pesquisa apontaram para a validade e a eficácia terapêutica da dança como recurso de assistência à saúde.

“É um grupo de pessoas que têm Parkinson e dançam. Investigamos os efeitos não motores e motores nos doentes com Parkinson. A gente, então, decidiu transformar isso em extensão, então para além da pesquisa, da coleta de dados, esses pacientes ficam aqui recebendo essa assistência”, explicou. 

A doutoranda e condutora do projeto, Beatriz Menezes, explica que a intervenção se dá por estágios: uma avaliação clínica gratuita das funções motora, emocional e cognitiva, atendimentos com dança e reavaliação clínica para verificar possíveis mudanças.

“Nós fazemos um primeiro contato, que chamamos de acolhimento, para conhecer essa pessoa e para ela conhecer o nosso trabalho também. Assim, ela aceitando participar do nosso projeto após a gente explicar todos os procedimentos e objetivos, fazemos uma série de avaliações no nosso laboratório, porque temos um ambiente clínico para realizar as devidas avaliações. Elas são convidadas a vir participar do projeto aqui do grupo, onde a gente faz essa intervenção com exercícios e dança, e depois elas são reavaliadas para ver como elas se comportaram nos exames após a intervenção”, disse ela. 

O professor aposentado Anselmo Santos, um dos veteranos no projeto, aponta que a iniciativa mudou sua perspectiva sobre a doença e a realização das atividades diárias. Além disso, ele ressalta a importância dos laços firmados com os outros participantes. 

“Nós começamos a encarar a doença e suas consequências com um outro olhar, com mais coragem, com mais vontade de ser desafiado. No momento que a gente se congratula, um dá força ao outro, todos encaram as mesmas dificuldades, e, assim, vamos levando a vida de uma forma bem melhor”, afirmou. 

Atualmente, os pacientes estão sendo recrutados principalmente por meio de redes sociais, como o Instagram do Laboratório de Pesquisa em Neurociências (@lapene.ufs), ou mesmo pelo Departamento de Fisioterapia da UFS, que pode direcionar interessados para o projeto. 

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