Domingueira

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Bruna é a vítima, a OAB foi um alvo, a sociedade é a grande refém

Por Narcizo Machado e colaboração de Diego Rios

24/03/2024


Quando me deparo com denúncias de violência contra mulheres, a primeira coisa que faço é ativar a indignação e a solidariedade. Em seguida, penso nas mulheres próximas, a esposa, filhas, irmãs, sobrinhas, tias. Tento me colocar no lugar dos parentes, das pessoas que amam a mulher violentada. É o mínimo esforço para empatia, já que no lugar dela, sentindo as dores da violência, ninguém consegue estar. Esse exercício ajuda também a matar, aos poucos, o impulso machista da dúvida, que recai sempre para a vítima.

Pôr dúvida na mulher é a coisa mais fácil, comum, rotineira e não menos nefasta que a própria violência sofrida. A sociedade só acredita em estupro quando a mulher sai externamente machucada. É preciso não só a violência do poder sobre o corpo e a dignidade, para muitos é preciso haver sangue escorrendo no rosto, ou as marcas de uma surra. E ainda assim, para alguns surgirá a pergunta: o que ela fez para que isso ocorresse?

É cruel, mas é a realidade. Bruna de Holanda vive isso na pele. Um vídeo mostrando o comportamento dela no dia do crime foi publicado.

Quando ela resolve assumir protagonismo para incentivar outras mulheres a não tomarem o silêncio como caminho, o machismo buscou todos os tipos de questionamentos. A roupa usada no vídeo e em entrevistas, o formato do penteado do cabelo, a maquiagem, a postura. É como se além de objeto, a mulher dolorida por suas chagas internas, tenha ainda que parecer coitada, transparecer a humilhação. Enfrentar com altivez é de uma ousadia imperdoável.

Somado aos argumentos e informações expostos por Bruna, que são contundentes e expiram verdade, existe o currículo da autoridade policial que conduziu as investigações. E este é irretocável!

Com a mesma tenacidade que cobramos posição da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Sergipe (OAB-SE), faço o reconhecimento público de que a entidade foi injustamente acusada de falta de apoio e solidariedade à vítima. Se tornou alvo de uma disputa política.

A expectativa era uma solidariedade associada a uma posição política de acusação? Pergunta que precisa de resposta.

Faltou, talvez, um ato público de solidariedade, a argumentação de que houve, como sempre há, prudência diante do devido processo legal. Isso não impediria um acolhimento mais público, a estratégia de fazer isso com discrição resultou no uso político pelo vácuo de informações.

As afirmações acima são feitas após ter acesso ao vasto relatório encaminhado à OAB nacional. São arquivos de conversas entre a vítima e membros da OAB-SE, que derrubam a narrativa de ‘abandono’. Houve visita na residência da vítima, ligações, e-mails com a oferta de apoio psicológico, etc. Várias membras da direção fizeram isso.

Esse possível equívoco cometido pela vítima, não altera em nada a denúncia do crime. A violência deve permanecer sendo o maior foco. As disputas políticas devem ser apequenadas. E foram elas que irrigaram nas redes sociais a disputa de versões, por trás de tudo, as eleições da OAB que ocorrem em novembro.

Somos uma sociedade refém de uma cultura machista, onde a mulher ainda é tratada como produto e, para muitos, a mulher não tem direitos. Uso político, por exemplo, também é violência. Sorte da sociedade, que historicamente as mulheres não se conformaram. Ocuparam e ocupam seus espaços como querem, na base de muita luta e empoderamento.

Machistas, se calem! Homens trabalhem a desconstrução do machismo, usem suas vozes e se somem a esta urgência. A violência contra a mulher não pode ser mais naturalizada.

NOTAS DA SEMANA

O que representa?
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, decidiu que não responderá às críticas do empresário Edivan Amorim. “O que é que Amorim representa na cidade de Aracaju?”, provocou Edvaldo ao ser questionado por Magna Santana sobre as declarações de Amorim. Ele ainda emendou e disse motivos para não responder: “não vou perder tempo”.

JB devolve críticas
O ex-governador Jackson Barreto também disse que não perderia tempo em responder ao empresário Edivan Amorim, a quem chamou de “ser inexpressivo”. Jackson disse ainda que salvou Sergipe das interferências administrativas e políticas de Edivan.

JB e Socorro
Jackson Barreto voltou a afirmar que foi convidado a disputar a sucessão de Inaldo. Disse que amigos de todas as correntes políticas lhe fizeram o convite e que seu olhos brilharam. “Socorro é uma pobreza generalizada”, disse o ex-governador, afirmando que se eleito trabalharia para fazer obras nas periferias. Ele disse, mais uma vez, que enquanto governador fez obras em todos os locais de Socorro.

JB e Aracaju
Experiente em pleitos na Capital, o ex-governador disse que nunca viu cenário igual, “está uma salada” disse Jackson. Ele afirmou ainda, que está acompanhando à distância e que a cada dia “se surpreende negativamente” com os nomes que surgem.

Críticas e elogios
O governador Fábio Mitidieri disse que não se incomoda com as críticas que tem recebido pelos investimentos em eventos. Ele reafirmou que, por décadas, Sergipe viveu um vazio nos investimentos de Turismo e que as críticas são normais na vida pública. “Quem se incomoda com críticas, não pode sorrir com os elogios”, finalizou Fábio.

Carimbo da corrupção
Edivan Amorim despertou tarde para o poder da imprensa. Ele recebeu, por anos, o carimbo de corrupto e aceitou em silêncio, sem reagir para desfazer o que ele considera informação falsa. Segundo o empresário, ele não tem condenações por corrupção e ganhou indenizações por todas as acusações que lhe foram impostas.

Prefere Ricardo
Uma fonte próxima à pré-candidata Emília Corrêa revela para Bastidores que ela prefere Ricardo Marques como vice. Acha que ele tem o perfil da renovação e boa imagem por seu mandato. O outro nome disponível é o do ex-senador Eduardo Amorim. Publicamente, Emília tem tratado os dois com o mesmo respeito e dito que a decisão sairá nos próximos meses.

Fabiano condiciona recuo
O vereador Fabiano Oliveira, que também é pré-candidato a prefeito de Aracaju, condicionou o recuo de sua candidatura a uma unidade do grupo. Segundo ele, se for pela união ele não será empecilho. Mas se o grupo sair dividido, ele confia em sua capacidade eleitoral e vai para a disputa.

Juntos no lançamento
Tiraram foto juntos, durante o lançamento do Pré-Caju 2024, o governador Fábio Mitidieri, o prefeito Edvaldo Nogueira, seu pré-candidato Luiz Roberto, o anfitrião Fabiano Oliveira e a secretária de Políticas para as Mulheres, Danielle Garcia. Os três últimos são cotados para formar chapa majoritária no próximo pleito. Podem sair juntos, com um ficando fora ou podem disputar como adversários.

Solidariedade
Provocado pela Domingueira, Valadares Filho se mostrou otimista com os resultados que vem alcançando no Solidariedade. “Apesar do período relativamente curto em que estou à frente do partido, conseguimos montar algo consistente e bem representativo para 2024. Reflexo disso é que já estamos organizados em cerca de 30 municípios”, afirma o ex-deputado.

Solidariedade II
Na próxima semana, Valadares estará em Sergipe, permanecendo até o prazo final de filiações. Durante esse período, ele se reunirá com seus aliados para os ajustes finais, podendo até mesmo tomar decisões importantes em relação à eleição em Aracaju.

Reunião Cidadania
O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, esteve neste sábado reunido com o partido na capital Aracaju, em Socorro e no final da tarde com membros do PSDB, partido com o qual o Cidadania está federado.

Reunião Cidadania II
Pela manhã, em Aracaju, diretórios de diversos municípios estiveram na reunião onde foi debatida a estratégia da agremiação para 2024. Pela tarde, em Socorro, o evento foi ancorado pelo pré-candidato Samuel Carvalho, mostrando a importância de sua presença no pleito para o partido. No final da tarde, Comte e o deputado Georgeo Passos estiveram com o presidente do PSDB, Eduardo Amorim, onde debateram a posição da federação em Aracaju. Segundo Georgeo, a reunião foi importante e proveitosa.

Milton provoca Rogério
O senador Rogério Carvalho postou em sua conta no X (antigo Twitter) críticas ao processo de concessão da Deso, que considera ser privatização da empresa e do bem mais precioso da humanidade, a água. Milton Andrade, presidente da Agência de Desenvolvimento, comentou a postagem informando ao senador que em Sergipe não há privatização, ao contrário, segundo Milton, do que ocorre no Piauí, onde o governador petista, Rafael Fonteles, estuda a efetiva privatização da empresa de água e esgoto local.

Belivaldo e a decisão
Não fosse o cancelamento de uma viagem internacional, o ex-governador Belivaldo Chagas já teria anunciado sua ida para o Podemos e o apoio a Yandra Moura. Ele agora espera apenas o melhor momento antes do prazo final. Ele conversou com o governador Fábio e apresentou as razões dele. “Não há racha, ou problemas com o governador”, garantiu Belivaldo.

Belivaldo e a decisão II
Segundo Belivaldo, num agrupamento com diversos pré-candidatos lançados, não há como exigir de apenas alguns, um sacrifício pela unidade. Por Belivaldo, o PSD iria para o palanque de Yandra. Fábio, contudo, resiste em virtude do acordo com Edvaldo. Não resta para Belivaldo outro caminho que não seja a saída.

FM pela Fafen
O governador Fábio Mitidieri estará em Brasília, entre 1° e 2 de abril, para tratar da Unigel. A produção de fertilizantes movimenta setores econômicos no Estado, além de fundamental para a agricultura. A empresa enfrenta uma crise financeira com demissões em Sergipe e em outros estados em que atua.

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