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Mais de R$ 20 milhões foram investidos para adequações em estação de transbordo

Da redação

13/03/2024


A pedido da procuradoria do município de Aracaju, a Justiça de Sergipe revogou a decisão da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) que suspendia a licença de atuação da estação de transbordo e do aterro sanitário de Rosário do Catete.

O aterro, também classificado como um ecoparque, é administrado pela empresa Orizon e recebe uma média de 1,4 mil toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos oriundos de 34 municípios, tornando-se, assim, uma referência para a destinação desse material.

Nos últimos anos, o ecoparque recebeu mais de R$ 20 milhões em investimentos, sobretudo, para adequar as atividades exercidas aos preceitos ambientais.

Para Genival Nunes, biólogo e doutor em saúde e meio ambiente, o aterro opera em condições favoráveis, mesmo 11 anos após o processo que culminou em seu licenciamento.

“Quando ele foi licenciado, ele foi licenciado muito bem, durou um ano o processo de licenciamento, com audiências públicas, com todas as coisas funcionando, porque para fazer a licença de um aterro sanitário ou qualquer empreendimento que seja potencialmente poluidor, é preciso que haja, pelo menos, na época de chuva e na época de seca, as margens de solo e água”, explicou.

Em uma visita técnica realizada no local, o especialista observou todo o processo de tratamento dos resíduos, e ressaltou a abordagem correta sendo aplicada.

“No meio da operação, eu vi o recolhimento do lixo, o espalhamento do lixo, a compactação do lixo no solo e o recobrimento com o material pertinente, com o material que tem de ser, não é qualquer material. Então, ao ver lá o processo acontecendo, o recobrimento, tudo certinho. Percebi que não há odor que vaze daquela região, que é outro ponto importante”, completou.

Um dos diferenciais citados pelo biólogo é que no ecoparque de Rosário do Catete, rejeitos precedentes do processo de tratamento do lixo que poderiam contaminar o meio ambiente recebem valor e sentido.

Quando se trata de resíduos sólidos, uma das grandes preocupações é a concentração de chorume, um material que escorre do lixo, resultante da atividade microbiana na matéria orgânica, e que, se não bem administrado, pode atravessar chegar aos lençóis freáticos. No ecoparque de Rosário, no entanto, a tecnologia utilizada para o tratamento de chorume evita que 270 mil litros do líquido contaminem rios e solos.

“O tratamento é extremamente moderno. Um tratamento através do que a gente chama de osmose reversa. Então, o chorume é coletado, ele entra no sistema, é limpo, a água resultante dessa limpeza de chorume já serve, inclusive, pra molhar a estrada, e com possibilidade de servir para a fertilização. O lodo está lá e poderá ser utilizado para a compostagem”, disse Genival.

Mais um ponto a ser destacado sobre o ecoparque é a realização da extração de biogás. Com previsão de investimento de R$ 250 milhões para gerar energia limpa (biometano), o ecoparque pretende contribuir para a transição energética no estado de Sergipe.

“O que é que eu vi lá, de forma controlada, é um investimento muito interessante, você tem a queima, lá se faz a queima do metano, então esse metano não vai para a atmosfera. O que me surpreendeu também é que eles estão investindo na produção do biometano. Biometano é um gás de origem biológica, é um tipo de energia renovável”, explicou o biólogo.

Genival Nunes também comentou sobre a recente decisão que permite o funcionamento do aterro.

“Não vejo motivo nenhum para uma interdição. Na verdade, eu acho até apropriado que chamem de ecoparque, porque eles funcionam dentro de uma visão mais moderna de aterro, que é a transformação daquilo que não serve em algo que serve, por exemplo, o chorume em água de reuso, o metano no biogás, o rejeito da osmose reversa em compostagem, então o aterro está funcionando normalmente, sem odor”, finalizou.

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