Em mais um capítulo da novela que se transformou a entrada em funcionamento do Hospital de Amor, em Lagarto, durante a visita realizada na manhã desta segunda-feira, dia 4, pelo secretário de Estado da Saúde, Walter Pinheiro, ficou constatado que o Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a unidade hospitalar e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), no final do ano passado, ainda não está sendo cumprido.

Documento do Ministério da Saúde ao qual o Fan F1 teve acesso revela que havia sido acordado que, para utilizar as instalações do Hospital Universitário de Lagarto (HUL), o Hospital de Amor deveria construir um edifício de 376,2m² na área externa, para abrigar setores do HUL que sairão do prédio hospitalar para liberação de espaço para o atendimento oncológico.

Pelo acordo, o recebimento de pacientes oncológicos na unidade administrada pela Ebserh estava condicionado à liberação dos espaços e à adequação física interna, o que até o momento não aconteceu.

Apesar de o diretor-administrativo do Hospital de Amor em Sergipe, José Carlos Carvalho, o Juquinha, insistir em afirmar que a unidade tem condições de iniciar os atendimentos e tentar transferir a responsabilidade para o Estado, hoje, durante a visita ao Hospital Universitário, pode-se observar a área onde o prédio deveria ter sido erguido ainda sem nenhuma construção iniciada, apenas com alguns vergalhões amontoados.

“Tudo isso está documentado no acordo de cooperação com Hospital Universitário que o Hospital de Amor faria esse investimento em construção. Por isso decidimos verificar aqui, junto com os gestores, como está o andamento do que foi acordado, para que aqui tivesse uma UTI, centro cirúrgico e leitos de internação, e não encontramos essas unidades ainda prontas”, afirmou o secretário Walter Pinheiro.

O gestor também acrescentou que, até o momento, não há nenhuma documentação do Hospital de Amor solicitando licenciamento sanitário para funcionar.

A visita foi acompanhada pelo superintendente do Hospital Universitário de Lagarto, Manoel Neto, que externou sua preocupação pelo fato de o HUL ser a única unidade porta aberta do município e, se não houver um planejamento do fluxo, pode comprometer o atendimento que já é prestado na unidade, com mais essa demanda, agora com os pacientes do Hospital de Amor.

Na avaliação do dirigente da unidade, para o Hospital de Amor começar a funcionar, isso precisaria ser novamente discutido com a participação de todas as partes.