O governador Fábio Mitidieri voltou a defender a Parceria Público-Privada para a gestão da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). O chefe do executivo estadual declarou que a empresa estatal, hoje, é “inchada, pesada e deficitária”.

A repórter Magna Santana conversou com o gestor e a entrevista foi veiculada nesta quinta-feira, 21, no Jornal da Fan, da rádio Fan FM.

“A nossa proposta é muito clara, o Estado continua a dono da Deso, continua captando a água, tratando essa água e passando para a iniciativa privada a distribuição, que é onde a empresa tem o seu maior problema. A Deso desperdiça quase metade da água que ela capta; é como se você tivesse uma fábrica, fabricasse dois celulares, um você joga fora e outro você vende”, justificou o governador.

Para o governador, não é possível manter o funcionamento desta maneira. “A gente sabe que a Deso é uma empresa que, ao longo dos anos, ficou inchada, uma empresa que tem uma folha excessiva e tudo isso foi fazendo a empresa se tornar pesada e deficitária”, declarou.

O governador também falou sobre o protesto feito pelo setor na audiência pública presencial. “Eu entendo que a manifestação era democrática, eu entendo o direito do servidor da Deso de querer buscar seus argumentos para não ter concessão, mas eu entendo também o apelo da sociedade sergipana que está sem água”, disse.

Apesar de entender o protesto, também sobrou uma crítica aos servidores.. “O estado todo passando por falta d’água e eu não vejo essa mesma vontade do servidor da Deso em se manifestar por isso, pelo contrário eles têm que dar a solução e esses anos todos a gente convive com essa realidade”, afirmou

Mitidieri ainda declarou que a empresa não tem condições de cumprir os objetivos de saneamento e distribuição de água. “Os investimentos que a gente precisa fazer na Deso para cumprir o Marco do Saneamento são gigantescos. Em nove anos, até 2032, algo em torno de seis bilhões de reais, para chegar a 99% de universalização da água e 95% do esgoto, é um investimento que a não Deso tem capacidade de fazer”, alegou.

Por fim, Fábio declarou que a PPP foi a saída encontrada. “Por isso mesmo que a gente optou pela concessão, porque vai nos trazer uma parceria com a iniciativa privada, para que faça os investimentos necessários, traga a expertise necessária para que a gente possa dar uma uma solução definitiva ao problema da falta d’água em Sergipe”, disse.