Política

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Eloisa Galdino estuda Danielle e Katarina enquanto fenômeno eleitoral

Da redação

28/11/2023


As conexões entre gênero e política e o fenômeno eleitoral que envolve a candidatura das delegadas Danielle Garcia e Katarina Feitoza virou objeto de estudo e, agora, tema da dissertação da comunicóloga e pesquisadora Eloisa Galdino, ex-secretária de Estado da Cultura de Sergipe.

Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, nesta terça-feira, 28, Eloisa forneceu uma panorama sobre o cenário eleitoral das eleições municipais de 2020, justificando seu interesse pelas figuras de Danielle e Katarina.

“A princípio, o foco era mais a delegada Danielle, porque eu também tinha o intuito, como realmente se materializou, de estudar os efeitos do lavajatismo e daquela onda de judicialização da política no processo eleitoral sergipano, mas depois com a chegada de Katarina e o fato das duas candidaturas terem, de certa maneira, mobilizado a atenção do eleitorado, acabou que elas viraram as personagens principais ou o objeto de estudo propriamente dito”, detalhou. 

De acordo com a pesquisadora, as duas delegadas se inseriram em um contexto, à época, após o ano de 2018, onde agentes da segurança pública passaram a fazer parte, de maneira significativa, do universo da política brasileira.

“Nós tivemos reflexos, portanto, no Brasil inteiro, aqui a gente teve um delegado que se tornou senador da República, ele próprio é um outsider, o senador Alessandro Vieira, e a própria candidatura de Danielle  foi forjada nesse ambiente, ainda com esse reflexo. A chegada de Katarina vem também responder a essa questão específica da presença de agentes de segurança. E nós temos aí, portanto, dois elementos que se cruzam, a mulher e a delegada. Segundo, houve, no caso da estratégia de comunicação de Danielle Garcia, uma intensificação do papel de agente de segurança”, explicou ainda. 

A partir da exploração dos produtos elaborados pela equipe de comunicação de cada candidatura, Eloísa também observou a estratégia utilizada pelo grupo de Edvaldo Nogueira ao levantar e construir o nome de Katarina. 

“A gente precisa também dizer que foi uma estratégia muito inteligente, porque, primeiro, é algo que eu acho que a gente precisa debater em 2024, existia um clamor. Essa palavra clamor está na fala do estrategista de Edvaldo Nogueira e Katarina, ela está na fala da própria Danielle Garcia. Clamor por uma mulher, significa que a população aracajuana já tinha, já tem essa relação com a figura feminina há algum tempo. Então a presença da vice é dita com necessidade. Por quê? Porque tínhamos uma mulher com força pra disputar com o incumbente Edvaldo Nogueira, que era o candidato à reeleição. Então aquele nome de Danielle levou o agrupamento a escolher, primeiro, uma mulher, e depois uma mulher da segurança para dialogar com os dados que mostravam que havia um reflexo da eleição do ex-presidente Bolsonaro no processo da eleição de 2020”, afirmou. 

Na oportunidade, a comunicóloga também fez uma análise da disputa vindoura na capital sergipana e a tendência de ascensão de nomes femininos. 

“A presença feminina, o papel da mulher nos espaços onde as decisões são tomadas é uma necessidade histórica e não haverá declínio. Esse é um ponto. Segundo, eu tenho colocado que nós, Aracaju, teve duas mulheres vice-prefeitas nos últimos dois processos eleitorais. Nenhuma terminou o mandato ao lado de Edvaldo Nogueira, porque com o capital político próprio alçaram outros voos”, disse Eloisa, ao que acrescentou: “Há, sim, um espaço, acho que esse debate precisa estar presente, que não vale a gente dizer que o que importa é a gestão. Na gestão, com relação ao perfil de gestora, nós temos mulheres aí que têm já serviços prestados à sociedade e que são nomes que estão postos, o que eu acho que é extremamente significativo, acho que é um sinal sim”.

Confira a entrevista na íntegra:

 

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