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Caso da mala: advogada afirma que mulher disse não receber dinheiro algum da vítima e que nunca pensou em se desfazer do corpo
Da redação
25/09/2023
Nesta segunda-feira, 25, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, entrevistou a advogada Katiúscia Barbosa, responsável pela defesa da técnica em Enfermagem, Lídia Fontes, acusada de ocultar o corpo de Celso Adão Portella dentro de uma mala por sete anos em uma geladeira, no apartamento em que viviam no bairro Suissa, em Aracaju.
“Na audiência de custódia foi o meu primeiro contato com ela. Fui explicando a ela que a família dela tinha me enviado, que ela poderia ficar tranquila e confiar em mim. Naquele momento, senti que ela deu uma relaxada, mesmo chorando. Aí quando eu comecei a conversar, fazer algumas perguntas, aí ela deu uma crise de choro e novamente eu recuei, tive que ter esse cuidado o tempo inteiro, para que ela não desse um novo surto, uma nova crise”, disse a advogada.
Sobre as circunstâncias da morte, Lídia não informou muita coisa. “Questionei porque que ela não comunicou, ela não sabia me dizer, ela disse ‘não sei, cheguei em casa e ele estava morto em cima da cama e eu fiquei com medo’. Aí eu tentei me aprofundar mais, perguntei porque ela não ligou para alguém, não chamou um vizinho, ela disse ‘eu não sei’. Quando ela começava a falar isso aí ficava nervosa e eu tinha que recuar mais uma vez, porque ela poderia perder a confiança em mim naquele momento e parar de falar”, explicou Katiúscia.
E continuou: “Ela só falou que vendo essa situação, pensou em colocar ele numa mala. Eu perguntei ‘você comprou a mala?’, ela disse ‘não, eu tinha uma mala e coloquei o corpo dentro’. Perguntei se ela nunca pensou em se desfazer dessa mala e ela disse que nunca pensou. Ela disse que não tinha dinheiro nenhum dele, que não tinha cartão dele, que não recebia absolutamente nada”.
A advogada disse ainda que, segundo familiares, Lídia sempre se sentiu rejeitada por ter sido abandonada pela própria mãe ainda pequena.
“Ela disse que após isso ela entrou em uma depressão profunda, mas a família me relatou que já tinha um problema social, de se relacionar com as pessoas, porque ela foi abandonada enquanto criança pela mãe, pela genitora. A mãe, quando ela nasceu entregou à avó paterna, ela cresceu achando que ela era uma pessoa rejeitada, apesar da avó ter dado todo amor e carinho. É tanto que no primeiro momento que eu tive com ela, ela achava que ia ser rejeitada, ela achava que ninguém ia querer ajudar ela. A todo momento ela olha para a gente assustada como se a gente fosse abandonar ela”, pontuou Katiúscia.
Em relação à filha, de apenas quatro anos, a advogada disse que Lídia era uma mãe exemplar e que a garota está sentindo muito a falta dela.
“A criança nasceu naquele ambiente, para a criança aquele ambiente era um lugar normal. Todos falam que ela como mãe era exemplar, ela cuidava muito bem da sua filha, a menina está sentindo muita falta dela. Ela vê as coisas da mãe e quer abrir a mala, sentir as coisas da mãe, ela está sentindo. Ela era grudada na mãe 24 horas e de repente parou de ver”, finalizou Katiúscia Barbosa.