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Municipalismo, Prefeituras, canaviais: em Sergipe a fórmula se repete

Por Narcizo Machado e Colaboração de Diego Rios

17/09/2003


Esse não é um texto para remontar disputas políticas que marcaram a história de Sergipe nos séculos XIX e XX. Não. Estamos em pleno século XXI e os canaviais voltaram a ser usados para influir nos resultados eleitorais.

A geração de empregos sempre tem que ser comemorada. Todos nós somos a favor do desenvolvimento. A preocupação é quanto à forma de utilização do poder econômico e do dinheiro público.

Uma importante observação, há empresários e empresas do setor sucroenergético em Sergipe, que se profissionalizaram e avançaram em gestão, diminuindo a necessidade de relações políticas. Isso é importante e os sérios precisam ser respeitados.

Observamos, na contramão, um movimento que busca voltar a ter nos canaviais e usinas, a força política para, quem sabe, conseguir a perpetuação no poder. E não é só isso. O canavial e a usina são apenas mais uma ferramenta.

No Brasil, transparência passou a ser mais que atributo, tornou-se um valor que aponta para a qualificação dos que valorizam o dinheiro público e sua importância para a sociedade. E é lei, todos os órgãos públicos do Executivo, do Legislativo e do Judiciário precisam prestar conta à sociedade, publicizando atos administrativos, despesas e receitas.

Correndo fora dessas obrigações, existem as entidades criadas, em tese, para defender o municipalismo e promover a congregação de municípios para conquistarem benfeitorias. Por serem de interesse privado, elas não estão obrigadas a divulgar seus gastos para o conjunto da sociedade. Todas são mantidas com dinheiro público. Os municípios associados pagam. Associações ou federações deveriam dar exemplo e abrirem a caixa-preta em seus portais.

Não é descabido afirmar que retirar dinheiro dos cofres de cidades pobres para pagar um associativismo, por vezes fictício, é um gasto desnecessário.

O que estas organizações fazem poderia ser capitaneado pela iniciativa privada, com custo pontual de inscrição pela participação em eventos. Quanto aos problemas em comum, não resta dúvida, os prefeitos como são investidos de todo interesse público, manteriam a união nas pautas, mas com uma vantagem, sem desperdício de dinheiro público.

A verdade é que algumas entidades municipalistas tornaram-se um feudo e, porque não afirmar, um trampolim. Foi neste palco que políticos vestiram um discurso vazio para esconder o abuso de poder econômico em suas eleições. A ambição é tanta, o feudalismo tão comprovado, que em 2026 poderemos ver uma dobradinha familiar usando uma entidade.

Nos bastidores da política sergipana, fala-se deste poder extremo avançando no domínio da região Norte, com a conquista de prefeituras administradas por aliados. Dizem que os cofres públicos estão sendo assaltados por contratos com consultorias, prestação de serviços, excesso de cargos em comissão e licitações fraudulentas.

Na boca miúda, todos falam de como esse crescimento de poder chama atenção. No fundo, tudo parece ser ilação, fofoca, relatos infundados, afinal de contas, algumas movimentações possuem autorização oficial e não há, até o presente momento, nenhuma incursão de órgãos fiscalizadores com desconfianças de possível abuso de poder e de má aplicação do nosso dinheiro para objetivos privados. Respiremos aliviados.

 

NOTAS DA SEMANA

Vai processar Sukita

A assessoria de imprensa do deputado estadual Cristiano Cavalcante afirmou que o parlamentar irá “mais uma vez” acionar o ex-prefeito de Capela na Justiça. Ainda segundo a assessoria, Sukita já perdeu vários processos para Cristiano e esse será mais um. Nas redes sociais e em entrevista ao Jornal da Fan, Sukita afirmou que a compra da Usina Nova Campo Lindo tem participação de Cristiano e do desvio de recursos da Prefeitura de Capela.

Silvany se cala

A prefeita de Capela preferiu o silêncio. Silvany não respondeu às críticas de seu ex-padrinho político. Ela tem usado dessa tática.

Mulheres na política

No Jornal da Fan desta semana ocorrerá uma análise do papel da mulher na política. Sergipe talvez careça de uma representação mais ousada, independente e representativa.

Sukita deixa dúvidas

O ex-prefeito de Capela, Sukita, será uma eterna dúvida até a análise de seu registro de candidatura em 2024. Ele garante estar livre, seus adversários e muitos influentes na Justiça garantem que não, asseguram que ele é inelegível. Sergipe já viu de tudo, então, antecipar o que ocorrerá é papel para Mãe Dináh.

Sukita x Silvany

Diga-se o que puder e comprovem-se todos os crimes que Sukita cometeu. Mas se tem uma ação dele que não pode ser negada é a única chance que a hoje desafeto, mas antes esposa, teve e aproveitou. Sem Sukita ela não estaria onde está. Misoginia? Não! Fato!

Danielle no PSD?

Circula nos bastidores a informação de que Edvaldo Nogueira e Carlos Cauê teriam sugerido a Fábio Mitidieri a filiação de Danielle Garcia ao PSD. A Domingueira apurou e descobriu que não há nada oficial. Tudo não passa, por enquanto, de pura ilação.

Danielle em alta

A verdade é que Danielle Garcia está em um momento político muito bom. André não quer sua saída da Federação PSC/Podemos, Fábio gostaria de ter a delegada como alternativa em alguma agremiação que esteja sob seu controle, e ela assistindo as movimentações para tomar a decisão sem que se torne um fantoche.

Eliane bem em Brasília?

Esqueçam de uma vez por todas essa história de que Eliane Aquino não toparia deixar Brasília para a disputa da Prefeitura de Aracaju. Ela está feliz e focada, contudo, se houver conjuntura favorável, estaria disposta a vir disputar Aracaju em 2024.

Eliane é grupo

Uma fonte muito próxima a Eliane Aquino revelou à Domingueira que ela espera uma convocação oficial do PT para debater 2024. Eliane, segundo a fonte, entende que tudo dependerá das intenções do PT e da leitura do ministro Márcio Macedo sobre a melhor estratégia. “Ela está bem afinada com Márcio”, disse a fonte.

Avante em Sergipe

O partido Avante volta à cena política. Na última semana inaugurou a nova sede na Rua Campos e contou com a participação de lideranças políticas importantes. A vereadora Emília Corrêa estava no evento. Além dela, a segunda força política de São Cristóvão, Gedalva Umbaubá, também se fez presente.

Gedalva disputa São Cristóvão

Consultada pela Domingueira, Gedalva Umbaubá afirmou que está pronta para a disputa da Prefeitura de São Cristóvão em 2024. Em 2020 ela foi a segunda colocada. Em 2022 disputou candidatura a federal e obteve considerável votação na cidade.

Gedalva e o União Brasil

Também questionada sobre a mudança de comando no União Brasil, Gedalva afirmou que não foi comunicada oficialmente. Vai esperar para poder pensar seu destino. Durante a semana, a Coluna Bastidores trouxe, com exclusividade, a informação de que Adilson Júnior comandará o União Brasil em São Cristóvão.

Emília empolgada

A vereadora Emília Corrêa ainda não sabe seu destino partidário. Ela espera a homologação da fusão entre o Patriota e o PTB para entender como ficará a conjuntura. O Avante tem lhe garantido apoio e recepção caso ela opte por outro partido.

Emília e Ricardo

Questionada pela Domingueira sobre a relação política com Ricardo Marques, Emília Corrêa foi muito compreensiva ao avaliar que o vereador precisa, antes, resolver sua questão partidária. Ela afirmou também, que vê com entusiasmo a aliança, por terem pautas e atuação muito “parecidas”.

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