Maternidade N. Sra. de Lourdes sofre interdição ética e está com atendimento restrito

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O Conselho Regional de Medicina do Sergipe (Cremese) realizou a interdição ética do trabalho médico na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM, o presidente da entidade, Jilvan Pinto, a decisão foi baseada em vistorias e reuniões com o corpo clínico da unidade, nas quais ficou demonstrado os desfalques nas escalas médicas de neonatologia e ginecologia obstetrícia.

“Essa situação de sobrecarga de paciente em relação à capacidade ela é crônica, só que se agravou muito com a saída de médicos da escala. Foi avisado desde o mês de junho que poderia haver algum tipo de interdição ética se o problema da escala não fosse solucionado. Fiscalizamos 60 dias depois, quando tínhamos que ter fiscalizado com 30, aumentamos o prazo e constatamos que a situação piorou, mais médicos saíram da escala”, pontuou o médico.

Questionado sobre a saída de médicos que atuavam na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, o presidente elencou alguns motivos para que esses profissionais tomassem essa atitude.

“Teve uma saída de médicos por conta das condições de trabalho, temos médicos que pediram redução da carga de trabalho para não pedir demissão, temos médicos com abalo emocional grande, que do nada começam a chorar durante uma reunião. Tem uma história de que a abertura da nova maternidade da Prefeitura ocasionou uma saída aqui da Nossa Senhora de Lourdes. É um problema que a gestão tem que resolver, se antecipar à situação. Aqui é uma catástrofe anunciada, porque é inadmissível que se tenha dois médicos de plantão para atender 72 pacientes em uma UTI, alguém vai ficar prejudicado”, lamentou Jilvan.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que para suprir a necessidade na escala de médicos na Maternidade, em breve, lançará um novo credenciamento médico para a contratação de novos profissionais.

“Devido à escala incompleta de médicos, o atendimento na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes está restrito. Por esta razão, a Secretaria de Estado da Saúde adotará fluxo provisório de acesso às urgências e emergências obstétricas e neonatais na unidade, especializada em alto risco. Assim sendo, todas as gestantes devem ser reguladas pela Central de Regulação de Urgência (CRU) para as maternidades de referência de cada região de saúde. Nelas, as pacientes serão acolhidas e classificadas pelos enfermeiros e posteriormente avaliadas pelos médicos obstetras plantonistas da instituição e terão seu tratamento realizado na respectiva maternidade”, disse a nota.

E finalizou: “Já os neonatos (até 28 dias) que nascerem na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e apresentarem necessidades de tratamento clínico de urgência deverão ser regulados ao Hospital da Criança ou Urgência Pediátrica do Hospital Santa Isabel, ambos em Aracaju”.

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