Coordenador da Central de Transplantes anuncia projeto para instalação de Banco de Córneas no IML

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Na manhã desta segunda-feira, 4, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, recebeu o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Fernandez, que falou sobre a grande fila de espera existente no estado para pessoas que aguardam por uma córnea, além de anunciar o projeto de instalação de um banco de olhos no Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe.

“Nós já começamos a tratativa. O diretor do IML já sinalizou que tem esse espaço para o banco de olhos e nós estamos com um projeto para viabilizar a instalação de um posto do banco de olhos no IML e a gente consiga ofertar mais córneas e reduzir o tempo de espera… Temos aqui em Sergipe 323 pessoas aguardando por uma córnea, com um tempo médio de espera de 2 anos, então é muito tempo”.

E complementou: “Temos dois tipos de doadores falecidos, aquele cadáver que já tem o coração parado e vai para o necrotério, para o IML, e infelizmente esse cadáver não doa órgãos, mas ele pode doar córnea, até 6h depois da parada cardiorrespiratória e é necessário que cônjuge ou parente de até segundo grau autorizem essa doação. Já o cadáver com o coração batendo, que é o grande desconhecimento da população, é aquele paciente neurocrítico que evoluiu para morte encefálica. Para se ter uma ideia, apenas 2% a 3% dos óbitos hospitalares são ocasionados por morte encefálica, e 14% óbitos de UTI, também são óbitos por morte encefálica, então as oportunidades não são muitas”, explicou.

O coordenador relembrou ainda que, neste mês, a campanha Setembro Verde se faz presente para explicar e orientar sobre a importância da doação de órgãos.

“É um mês de mobilização, de intensificação das nossas atividades, no sentido de mobilizar todo o segmento da sociedade para o tema… A gente tem uma resistência porque infelizmente nós não conversamos sobre esse tema na nossa casa, uma vez que a lei estabelece que quem autoriza é o familiar e não adianta a gente deixar nada por escrito, então é importante que a gente converse com os nossos familiares. O Brasil adotou critérios rigorosos em relação ao diagnóstico, então a gente tem que ter absoluta certeza de que aquele paciente teve morte encefálica… Nessas ocasiões, a gente pode estar ajudando a salvar outras pessoas”, conscientizou.

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