Hacker diz que Bolsonaro ofereceu indulto em caso de grampo contra Moraes e ‘fraude fake’ em urnas

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Em depoimento à CPI dos Atos Golpistas na manhã desta quinta-feira, 17, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou que recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro uma solicitação para que assumisse um suposto grampo com “conversas comprometedoras” contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

De acordo com Delgatti, o pedido aconteceu durante uma conversa com Bolsonaro por telefone. Em suas palavras, o ex-presidente teria lhe prometido um indulto, ou seja, o perdão da pena mediante decreto presidencial, caso ele fosse preso ou condenado pelas ações. 

“Ele disse que, em troca, eu teria o prometido indulto e ainda disse assim: ‘se caso alguém te prender, eu [Bolsonaro] mando prender o juiz’ e deu risada”, disse ele. 

Segundo o relato, Bolsonaro teria informado que agentes “de outro país” teriam conseguido grampear o ministro. Delgatti disse que aceitou o pedido para assumir a responsabilidade pelo suposto equipamento usado para monitorar Moraes, mas que não teve acesso ao grampo.

O objetivo do ato, de acordo com o hacker, era provocar alguma ação contra o ministro Alexandre de Moraes e forçar a realização de nova eleição com o chamado voto impresso.

Delgatti também afirmou que o ex-presidente lhe prometeu um indulto em troca de uma demonstração de fraude de uma urna eletrônica ao Ministério da Defesa.

A intenção era a de que ele violasse as medidas cautelares impostas pelo sistema judiciário e adentrasse o complexo das urnas eletrônicas para expor supostas fragilidades do sistema eleitoral. Delgatti afirmou que recebeu uma proposta do PL para que, no dia 7 de setembro, implantasse um “código malicioso” em uma urna eletrônica para demonstrar a suposta possibilidade de fraude.

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

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